Primeiros resultados da Operação Pós-Desastre foram apresentados nesta sexta-feira (8), durante reunião da 1ª Reunião Extraordinária da Sala de Crise da Região Sul


O Serviço Geológico do Brasil (SGB) apresentou, na sexta-feira (8), os resultados da Operação Pós-Desastre e também dos Sistemas de Alerta Hidrológico das bacias dos rios Caí (SAH Caí), Taquari (SAH Taquari) e Uruguai (SAH Uruguai), no Rio Grande do Sul. As informações foram divulgadas pela assessora da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT) Andrea Germano, durante a 1ª Reunião Extraordinária da Sala de Crise da Região Sul, promovida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A apresentação completa e demais ações do SGB na região podem ser consultadas aqui. Com as chuvas intensas que atingiram municípios do Rio Grande do Sul nesta semana, o SGB registrou cheias históricas em estações de monitoramento hidrológico na Bacia do Rio Taquari. De acordo com informações do SAH Taquari, o nível do rio alcançou a cota de 29,53 m em Lajeado/Estrela. Essa pode ser considerada, extraoficialmente, a segunda maior cheia da história. Isso porque quando foi registrado o maior nível de 29,92m, em 1941, o SGB não monitorava a localidade e os dados podem divergir. Em Muçum, o levantamento realizado na sexta-feira (8) indicou que o nível máximo chegou em 26,11m. As equipes também mediram a vazão líquida e o nível atual do Rio Taquari em Encantado. Conforme os dados obtidos pelo SGB, os rios da Bacia do Taquari começaram a registrar redução nos níveis na quinta-feira (7).
Monitoramento hidrológico na Bacia do Rio Taquari

Durante a Operação de Alerta, o SGB emite boletins periódicos com informações de monitoramento e previsão de níveis dos rios, além de dados de chuvas observadas no período de 24 horas. Desde o domingo (3), quando as chuvas se intensificaram na Bacia do Rio Taquari, a equipe de engenheiros da Superintendência Regional de Porto Alegre (SUREG-PA) emitiu seis boletins de previsão hidrológica atualizados a cada 5 horas. Os boletins indicaram previsão de 26,94m para Lajeado/Estrela, contudo na madrugada de terça-feira (5) a força do rio destruiu três Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) e os boletins de monitoramento com previsões não puderam ser emitidos. Após o evento, as equipes de campo do SGB iniciaram a tentativa de recuperação das PCDs e das réguas de leitura manual, bem como realizaram o levantamento topográfico das marcas da inundação. “Nossas equipes estão em campo desde 5 de setembro para fazer o levantamento das marcas da cheia, medição de vazão e voos com drone. Estamos monitorando o tempo todo na Sala de Alerta da Superintendência Regional de Porto Alegre e revisando os modelos de previsão nos baseando nas estações que resistiram”, explicou a engenheira hidróloga do SGB. SAH Caí
O primeiro boletim do SAH Caí foi emitido na segunda-feira (4) para as cidades de Montenegro e São Sebastião do Caí. As previsões são divulgadas com antecedência de 10 horas. A emissão dos boletins de alerta contribui para medidas preventivas por parte de órgãos municipais e da população. “Recebemos vários e-mails de agradecimento pelos avisos hidrológicos dos municípios de Montenegro e São Sebastião do Cai”, destacou Andrea Germano. Em Montenegro, o pico máximo registrado foi 8,19m na estação de Passo Montenegro, às 04h15 de quarta-feira (6). No entanto, foi uma cheia classificada como “ordinária” e não “extraordinária” como a observada na Bacia do Rio Taquari. A cota máxima registrada em Montenegro foi 9,20m na grande cheia de 1941.
SAH Uruguai

Os boletins do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Uruguai começaram a ser emitidos na terça-feira (5). A pesquisadora do SGB ressalta que a estação do município de Alegre atingiu “cota de inundação” durante a madrugada de sexta-feira (8). Mesmo dentro da normalidade, a situação preocupa. No município de Uruguaiana, há também tendência de alta no nível das águas. Durante a apresentação, Andrea Germano destacou que as águas dos rios Taquari, Jacuí, Caí e Sinos, estão elevando gradualmente o nível do Rio/Lago Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre: “Já há vários desabrigados na região das Ilhas e há tendência de elevação também na extensão de todo o Guaíba”, pontua. As previsões do SAH Uruguai variam de 4 horas a 17 horas de antecedência e contemplam seis municípios gaúchos: Alegrete, Itaqui, Manoel Viana, São Borja, Rosário do Sul e Uruguaiana. Além do monitoramento, o SGB também tem desenvolvido estudos chamados “Manchas de Inundação” nos municípios atendidos pelo SAH Caí e SAH Uruguai. Essa iniciativa consiste na determinação das áreas inundáveis para diferentes níveis, baseada em registros de cheias e modelagem hidráulica. Todas as ações de monitoramento podem ser consultadas na página especial criada pelo SGB e disponível aqui.
Sala de Crise da Região Sul

Criada pela ANA com a participação de diversos órgãos, a Sala de Crise visa o compartilhamento de informações e discussão de medidas de mitigação dos efeitos das inundações verificadas entre cidades atingidas nos estados da região Sul. A reunião extraordinária pode ser conferida no canal da ANA, no YouTube.
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