Boas práticas internacionais apoiam soluções para recuperação de áreas degradadas pela mineração de carvão no Brasil

23/09/2025 às 15h51
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Pesquisadores SGB realizaram missão técnica à Pensilvânia para conhecer os passivos ambientais de mineração de carvão com obras concluídas ou em andamento
 

Foto: SGB/Divulgação


Brasília (DF) – O Serviço Geológico do Brasil (SGB) busca conhecer boas práticas internacionais na recuperação de áreas degradadas pela mineração de carvão para aplicar no projeto desenvolvido na Bacia Carbonífera de Santa Catarina, em Criciúma (SC). Entre os dias 15 e 17 deste mês, pesquisadores participaram de missão técnica à Pensilvânia (EUA) para visitar áreas impactadas pela mineração de carvão com obras de recuperação já concluídas ou em andamento, conduzidas pelo Departamento de Proteção Ambiental do estado (DEP).

A missão, organizada pela Associação Brasileira de Carbono Sustentável (ABCS), contou com a participação da diretora de Hidrologia e Gestão Territorial, Alice Castilho; do chefe do Núcleo de Criciúma (NUMA), Guilherme Troian; e do coordenador executivo do Departamento de Gestão Territorial, Geovani da Costa. Também fizeram parte da comitiva representantes do Judiciário, Ministério Público Federal (MPF) e responsáveis pela recuperação das áreas impactadas pela mineração incluídas na Ação Civil Pública (ACP) do Carvão.

 

Foto: SGB/Divulgação


“A missão foi muito importante para conhecer como os EUA tratam a questão de passivos ambientais com foco na mineração de carvão. Esperamos que esta missão possa contribuir para os avanços da recuperação ambiental em Criciúma”, enfatizou a diretora Alice Castilho.

Durante três dias, os pesquisadores do SGB visitaram projetos como a recuperação ambiental da margem do rio Lackawanna no distrito de Forest City, a recuperação das margens e do córrego Donaldson Culm Bank, a obra de tratamento passivo de drenagem ácida em Marchand (Lowber), a usina termelétrica Gilberton Power Plant que utiliza rejeitos da mineração de carvão como combustível,  a estação de tratamento de drenagem ácida Rausch Creek, e a recuperação de depósito de rejeito em South Fork.
 

Foto: SGB/Divulgação


O chefe do NUMA, Guilherme Troian, ressaltou a importância desse intercâmbio técnico para otimizar as atividades: “A visita possibilitou troca de experiências e agregou conhecimento sobre como é tratada a recuperação de áreas degradadas pela mineração de carvão na Pensilvânia. Foi uma experiência valiosa, pois estamos trazendo técnicas que possam vir a ser utilizadas na recuperação ambiental da bacia carbonífera de SC”.


Atuação do DEP

O DEP conduz obras de recuperação dos passivos ambientais da mineração de carvão por meio de um fundo que recebe recursos públicos e privados. O órgão realizou inventário e classificação dos passivos em três níveis de prioridade: 1 para riscos relacionados à segurança da população, 2 para potenciais problemas de saúde e 3 para impactos ambientais.

As obras do DEP visam a melhoria da qualidade das áreas, não necessariamente visando atingir as condições originais do meio antes da mineração. Há também o envolvimento das comunidades locais, que muitas vezes solicitam a recuperação da área e participam da manutenção. Em alguns casos as áreas são desapropriadas e transformadas em áreas de lazer e educação ambiental.

Para o coordenador Executivo do DEGET Geovani de Costa, a atuação do Departamento de Proteção Ambiental da Pensilvânia gera impactos positivos para as comunidades: “Os programas de remediação da Pensilvânia abordam o legado da mineração de carvão por meio de um sistema regulatório robusto, financiado pela indústria de mineração ativa. Eles priorizam riscos à segurança e à saúde pública, com uma variedade de soluções técnicas, como tratamento de água, remoção e reaproveitamento de rejeitos, e restauração de terrenos”. Costa ressalta a importância da integração da recuperação ambiental com o desenvolvimento econômico e comunitário, Esse trabalho possibilita a transformação de áreas degradadas em ativos valiosos, como parques e trilhas.


Saiba mais sobre o trabalho realizado pelo SGB na Bacia Carbonífera de Santa Catarina


Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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