Rios Negro, Solimões e Amazonas registram novas mínimas históricas

19/10/2023 às 00h00
 | Atualizado em: 01/03/2024
Ouvir Notícia
Estação em Manaus (AM) atingiu, nesta quinta-feira (19), a cota de 13,29 metros, o nível mais baixo em 121 anos, segundo novo Boletim de Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB)

 Cenário já pode ser comparado ao da grande seca de 2010 na Região Amazônica (Foto: Reprodução/Agência Pública)
A Bacia do Rio Amazonas registrou, nesta quinta-feira (19), novas mínimas históricas. Em Manaus, o Rio Negro atingiu nesta quinta-feira (19), 13,29 metros. Esse é o nível mais baixo em 121 anos, desde o início da série histórica na estação em 1902. A cota está 1 metro abaixo do que já é classificado como “seca extrema” e 34 centímetros menor do que o registrado na grande seca de 2010, que teve impactos drásticos na região. Os dados são do monitoramento realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) e estão disponíveis no 43º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Amazonas. De acordo com as informações, nova mínima histórica também foi registrada nesta quinta (19) no Rio Amazonas, em Itacoatiara: 90 centímetros. Na estação de Manacapuru, o Rio Solimões alcançou 3,61 metros - o nível mais baixo da história, superando a marca de 3,92 metros observada em 2010.
Recuperação lenta

Devido ao fenômeno El Niño, que provoca alteração nos padrões de chuva, a perspectiva é que os rios da Bacia do Rio Amazonas tenham subida atrasada e lenta, segundo o pesquisador em geociências do SGB, Marcus Suassuna. “Com as chuvas registradas no Peru, o nível do Rio Solimões deve começar a subir nos próximos dias. A estação de Tabatinga é a primeira a sentir a recuperação. Gradualmente, as cotas vão subir nas outras estações em Fonte Boa (AM), Itapeua (AM) e Manacapuru (AM). No Rio Negro, em Manaus, é possível que a descida dos rios siga por mais duas ou três semanas”. Para o Rio Madeira, “a projeção é que o retorno a níveis dentro da normalidade não deve acontecer antes do final do mês de novembro, em razão do atraso e da fraca intensidade das chuvas nesse início de estação”, detalha Suassuna. O Madeira também atingiu níveis mínimos históricos na régua de Porto Velho no dia 8 de outubro, quando alcançou 1,10 metro. A cota esteve 30 centímetros abaixo da mínima histórica anterior, de 1,40 metro, observada em 2022. Nesta quinta-feira (19), o rio registrou 1,85 metro na estação de Porto Velho. Seca deve se prolongar até 2024 Em algumas estações no Alto do Rio Negro, em Barcelos e São Gabriel da Cachoeira, os níveis mínimos deverão ser observados apenas em 2024. “Em locais onde a estiagem ocorre em fevereiro, a situação é bem preocupante porque já são registrados níveis bem baixos, e o prognóstico até fevereiro não é favorável, em razão dos impactos do El Niño na região que seguirão fortes até o primeiro semestre do ano que vem”, destaca Suassuna. Diante da situação, o SGB intensificou o monitoramento e disponibiliza todas as informações em uma página especial, disponível aqui.
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil Ministério de Minas e Energia Governo Federal imprensa@sgb.gov.br

Outras Notícias

Nova embarcação fortalece monitoramento de rios na Amazônia

Uiara será usada em ações de campo da Rede Hidrometeorológica Nacional, coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e operada pelo Serviço Geológico do Brasil

10/10/2025

Potencial mineral do Rio Grande do Sul é apresentado em Fórum da Indústria da Mineração

Pesquisadora Lucy Chemale, superintendente regional de Porto Alegre, participou nesta terça-feira (7), dos debates promovidos pela Federação de Entidades

09/10/2025

Serviço Geológico do Brasil conclui temporada nacional de treinamentos em Salvamento em Águas Rápidas

Desde dezembro de 2024, foram realizadas 12 edições da capacitação que atenderam mais de 300 profissionais do SGB e de instituições parceiras

09/10/2025