Uma jornada de milhões de anos pelo maior acervo de fósseis do Brasil

05/04/2024 às 18h52
 | Atualizado em: 24/05/2024
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Imagem: Divlgação SGB
Imagem: Divlgação SGB


Fósseis! Apenas pedras para uns, objetos fascinantes para outros, eles têm o poder de transportar a outras eras, como aos quentes lagos da Amazônia miocênica, aos tórridos desertos cretácicos, aos inóspitos pântanos permianos, às misteriosas praias brancas proterozoicas, entre outras.

Assim é o livro digital Memórias da Terra: uma jornada de milhões de anos pelo maior acervo de fósseis do Brasil (disponível aqui), do paleontólogo Rafael Costa, do Museu de Ciências da Terra (MCTer), vinculado ao Serviço Geológico do Brasil (SGB), que retrata uma singela e imaginativa viagem no tempo, por meio de novos olhares sobre esses velhos objetos, depositados no maior acervo de fósseis do Brasil.

O MCTer coleciona fósseis há mais de um século, para vários fins. Os fósseis devem ser protegidos para que antigas hipóteses e teorias possam ser colocadas à prova, para que novas técnicas permitam ver o que não havia sido visto, para que novos olhares e pensamentos sejam possíveis e para que todos – não apenas os especialistas – possam ter acesso a esses tesouros do passado, testemunhos da nossa história. Para isso existem os museus.
 

Mandíbula do mastodonte brasileiro, mostrando que um dos molares ainda não havia nascido (exemplar MCT.M.141). Foto: Divulgação SGB
Mandíbula do mastodonte brasileiro, mostrando que um dos molares ainda não havia nascido (exemplar MCT.M.141). Foto: Divulgação SGB


“A ideia para a publicação desse livro surgiu de uma série de postagens que produzi no período entre 2020-2022, durante a pandemia da Covid-19, para as redes sociais do Museu de Ciências da Terra. Em vez de apenas citar informações pontuais e telegráficas sobre os fósseis do acervo do museu, procurei contar pequenas histórias sobre eles, criando relações – às vezes inesperadas – com outras áreas do conhecimento. Contadas juntas, elas acabam se tornando algo maior”, informou Rafael.

Na publicação, histórias como “Sucesso dos moluscos”, “Um tatu medieval”, “Dos dinossauros ao Maracanã”, “Uma preguiça profunda”, entre outras, são sobre os fósseis sempre presentes na vida dos paleontólogos, que os visitantes raramente têm a oportunidade de contemplar em detalhes, do pequeno ao grande, do comum ao incomum; retratados do jeito que são encontrados e estudados. Afinal, mesmo o menor dos fósseis pode contar uma grande história.

As memórias da Terra estão armazenadas nas camadas de sua crosta, nas rochas e nos fósseis, assim como o cérebro as guarda em camadas de neurônios; ou um computador, em camadas de zeros e uns. “O planeta preserva sua própria memória através das rochas, e a fina crosta terrestre em que pisamos é a maior coleção de objetos naturais que conhecemos. Cada penhasco, planície e rio, cada animal ou planta, do menor pedregulho à maior montanha, do graveto à floresta, cada objeto natural guarda uma história que remonta a bilhões de anos”, destacou Costa.

 

Moldes da concha de molusco preservadosna rocha (exemplar MCT.I.2341). Foto: Divulgação SGB
Moldes da concha de molusco preservados na rocha (exemplar MCT.I.2341). Foto: Divulgação SGB


Fato é que a ciência é o maior empreendimento da história humana. Graças a ela, somos os primeiros seres vivos, em 4 bilhões de anos, a compreender o próprio passado. Já o futuro permanece um mistério.

Neste contexto, "Memórias da Terra" não é apenas um livro sobre fósseis; é um convite à apreciação da jornada da vida e do papel insubstituível da ciência na compreensão do mundo. Portanto, ao virar a última página deste livro, o objetivo é que o leitor tenha adquirido conhecimento e sentido a inspiração para contribuir, à sua maneira, para a grande história da Terra.

 


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