Serviço Geológico do Brasil e Ministério da Saúde realizam projeto em aldeias indígenas para ampliar o acesso à água potável

23/10/2025 às 15h53
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Parceria prevê levantamentos hidrogeológicos e geofísicos em comunidades no estado do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso até 2027
 

Foto: Divulgação/SGB


Brasília (DF) – O Serviço Geológico do Brasil (SGB) e o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), realizam projeto que contribuirá para ampliar o acesso à água para consumo humano em 45 aldeias indígenas do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, na área de abrangência do Distrito Sanitário Especial Indígena - Porto Velho (DSEI/PVH). O trabalho será realizado até 2027.

A parceria, por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado com a SESAI, prevê a realização de levantamentos hidrogeológicos e geofísicos para identificar áreas com potencial para a perfuração de poços tubulares, garantindo fontes seguras e sustentáveis de abastecimento de água. Essa ação faz parte do Programa Nacional de Saneamento Indígena (PNSI), do Ministério da Saúde e beneficiará mais de 1,2 mil indígenas. 

A diretora-presidente do SGB, Sabrina Góis, reforça a importância dessa ação em parceria com o Ministério da Saúde: “Essa é mais uma iniciativa que mostra como o conhecimento que geramos chega diretamente até as pessoas, melhorando a qualidade de vida em todo o Brasil. Nosso papel é apoiar o governo federal com ciência de qualidade”.

Garantir o acesso à água potável por meio de poços tubulares profundos nas comunidades é essencial para o saneamento, consequentemente, saúde e qualidade de vida das populações indígenas. Entre os principais benefícios estão o fornecimento de fontes de água com soluções definitivas, a diminuição de doenças por veiculação hídrica e a redução da mortalidade infantil.

“A missão do SGB, de gerar e disseminar conhecimento geocientífico com excelência, está intimamente alinhada aos objetivos desse projeto, que busca integrar saberes e práticas para um impacto positivo nas comunidades atendidas”, ressalta a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB, Alice Castilho.

O geólogo do Distrito Sanitário Indígena Porto Velho, Rodrigo Tokuta, reforça a importância da parceria institucional para atender as políticas de saneamento e saúde. “Estreitar parcerias com instituições que são referência nas suas áreas, como é o caso do SGB, é muito importante para produzir resultados com maior qualidade e celeridade. Em meio às discussões de crise climática e crises hídricas, em escala regional, é essencial ter uma maior confiança nos projetos que são elaborados para ter soluções definitivas para as populações beneficiadas”.


Estudos concluídos

Até o momento, já foram concluídas três etapas de campo em julho, agosto e setembro, abrangendo 18 aldeias indígenas. No Amazonas, as ações contemplaram as comunidades Taboca, Bela Vista II, Juí e Paranã-Pikahu, no município de Humaitá. Em Mato Grosso, os trabalhos ocorreram na aldeia Rio Azul, em Rondolândia. Já em Rondônia, os levantamentos abrangeram as aldeias Poção, em Guajará-Mirim; Nova, Jamari e Jamari II, em Governador Jorge Teixeira; Kassupá, Karipuna e Caracol, em Porto Velho; além de Cajuí, Figueira, Estaleiro, Poção, Murumuru e Formigueiro, em Alta Floresta D’Oeste.

Ao todo, foram executados 6,8 mil metros de linhas de caminhamento elétrico, com resultados preliminares promissores. “Na Aldeia Caracol (RO), por exemplo, os resultados obtidos mostram o potencial de aplicação do método geofísico para a locação de poços tubulares, onde é possível observar uma tendência de baixos valores de resistividade a partir dos 15 metros de profundidade, indicando a presença de água subterrânea (zona saturada) adequada para locação de poços”, explica o geofísico do SGB Alexandre Lago, coordenador do projeto pela Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (DISEGE).


Levantamentos geofísicos e hidrogeológicos

Os levantamentos são realizados com técnicas avançadas de eletrorresistividade, método geofísico que permite identificar a presença de água subterrânea a partir da aquisição de dados de resistividade elétrica do solo e das rochas. Com esse trabalho, é possível identificar áreas potenciais sem a necessidade de realizar perfurações antecipadas, o que contribui para reduzir impactos ambientais e otimizar recursos, evitando que sejam feitas perfurações em áreas com baixo potencial.
 

Foto: Divulgação/SGB


Próximos passos 

As próximas etapas do projeto incluem levantamentos em outras aldeias até 2027, quando está prevista a conclusão do trabalho. Após as coletas em campo, os dados serão processados e analisados pelas equipes técnicas para compor relatórios técnicos de cada aldeia. Esse documento servirá de base para futuras ações de abastecimento hídrico nas comunidades.

O projeto conta com equipes formadas por hidrogeólogos, geofísicos e geólogos, das diretorias de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT) e de Geologia e Recursos Minerais (DGM), além da Residência de Porto Velho (REPO).
 

Foto: Divulgação/SGB



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