Rio Paraguai registra a 4º menor cota da história em Ladário (MS) e pode chegar ao recorde neste mês

02/10/2024 às 23h03
 | Atualizado em: 02/10/2024 às 23h06
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Boletim de monitoramento hidrológico do Serviço Geológico do Brasil alerta que o processo de vazante deve continuar na região durante o mês de outubro

Foto: Reprodução/Internet

Brasília (DF) – O Rio Paraguai mantém o processo de vazante e registrou, nesta quarta-feira (2), nova mínima histórica em Porto Murtinho (MS): 68 cm. Em Ladário (MS), estação de referência, a cota chegou a -54 cm. Essa é a 4ª menor marca em 124 anos de monitoramento, atrás das cotas de -57 cm (1971), -60 cm (2021) e -61 cm (1964). Os dados são apresentados no último boletim de monitoramento hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB). 

“O rio reduziu 9 cm em Ladário desde a última semana e, se continuar neste ritmo, pode registrar a mínima histórica até a semana que vem”, explicou o pesquisador do SGB Marcus Suassuna. De acordo com as projeções, há previsão de chuva (31 mm), na bacia a partir do dia 10 de outubro. Nesta semana, o acumulado de chuvas foi de apenas 3 mm. “Se for confirmada uma chuva generalizada e em um volume significativo, o processo de vazante pode estar mais perto do fim e pode ser um indício de recuperação dos rios a partir do final do mês. No entanto, mesmo após as chuvas, leva um tempo até os efeitos serem observados nos rios”, complementou Suassuna.

As cotas seguem abaixo da faixa da normalidade para o período na maioria das estações monitoradas pelo Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai, apenas nos rios Cuiabá, Miranda e Aquidauana o cenário é de normalidade. No município de Barra do Bugres (MT), o rio registrou 24 cm, nesta quarta-feira (2). A estação registrou a mínima de 22 cm neste ano. Em Cáceres (MT), a cota atual é de 35 cm. Em Mato Grosso do Sul, a estação de Forte Coimbra, no município de Corumbá (MS), registrou -1,80 m, a 3ª mínima histórica. 

O valor da cota abaixo de zero não significa a ausência de água no leito do rio. Esses níveis são definidos com base em medições históricas e considerações locais, sendo que, mesmo quando o rio registra valores negativos, em alguns casos ainda há uma profundidade significativa. No caso de Ladário, por exemplo, abaixo da cota zero, o Rio Paraguai ainda possui cerca de 5 metros de profundidade, conforme dados da Marinha.

Apoio aos municípios

A situação exige atenção contínua, tanto no monitoramento quanto na adoção de medidas para enfrentar os desafios impostos pela estiagem prolongada. Desde fevereiro, o SGB alerta para o cenário de seca no Pantanal, devido à redução de chuvas na região. Além de monitorar, o SGB também apoia os municípios com o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), em períodos de crises hídricas.

O SIAGAS é um repositório de poços perfurados no Brasil, e sua base tem mais de 371 mil cadastrados, com 14 mil na Região Centro-Oeste. Disponível para consulta pública, apresenta informações sobre fontes de águas subterrâneas. Desse modo, permite identificar poços dos quais seja possível extrair água para usos doméstico, industrial, para irrigação ou outras finalidades.

Esse é um projeto de grande importância para a gestão de políticas públicas, tanto em nível nacional como estadual e sub-regional.

Parceria

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas na plataforma SACE.


Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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