Pesquisas do Serviço Geológico do Brasil contribuem para o combate à cadeia ilegal do ouro
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Pesquisas do Serviço Geológico do Brasil contribuem para o combate à cadeia ilegal do ouro
18/08/2023 às 00h00
| Atualizado em: 01/03/2024

Projeto Ouro Brasil
A pesquisadora em geociências e coordenadora do projeto Ouro Brasil, Stella Bijos Guimarães, explicou que, por meio de técnicas avançadas e análises químicas, é possível identificar a assinatura geoquímica do ouro e ter informações sobre o ambiente em que foi formado. “A gente conhecer como o ouro se formou é a pergunta-chave para a rastreabilidade”. Com essas informações, será possível saber, por exemplo, se o metal foi extraído de área licenciada ou área de proteção ambiental.

Para o projeto, o SGB delimitou 22 províncias auríferas e selecionou quatro áreas-piloto para iniciar os estudos: Rio Madeira, em Rondônia; Sudeste do Tapajós, no Pará; oeste de Pernambuco e Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. O acervo do SGB já conta com 30 mil partículas de ouro, e os pesquisadores já iniciaram a fase analítica. “Vamos usar esses dados das análises aliados a tratamentos estatísticos e ferramentas de inteligência artificial, para definir a caracterização geoquímica de todos os depósitos trabalhados”, explica Guimarães. As informações alimentarão o Banco Nacional de Perfis Auríferos da Polícia Federal. “É algo inédito no mundo, em termos de rastreabilidade forense”, pontuou o gerente adjunto do Programa Ouro Alvo, da PF, Erich Adam Moreira Lima. O Acordo de Cooperação Técnica entre o SGB e a PF, para compartilhamento dos dados, será firmado neste ano.
Atuação coordenada entre órgãos públicos
Na exposição, o diretor do Departamento de Geologia e Produção Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), José Luiz Ubaldino de Lima, falou sobre as ações do governo federal e destacou a apresentação, em julho, do Projeto de Lei 3.025/2023: O PL traz diversos mecanismos, entre eles a criação de cadeias de controle pelo sistema financeiro nacional e o fim da presunção de boa-fé e responsabilização da cadeia. Além disso, o diretor do MME ressaltou que promove e participa de debates com outros órgãos para colaborar com as iniciativas que contemplem toda a cadeia produtiva do ouro. Nesse sentido, salientou a participação do SGB no fornecimento de amostras para montagem de banco de dados, em conjunto com a Polícia Federal. “São várias ações, envolvendo diversos atores, para resolver essa questão importante para o país”, disse. Os debates promovidos no seminário geram subsídios para ações da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável, no Congresso Nacional. Esse evento também teve a participação do presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann; do diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa; além de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Universidade de São Paulo (USP) e de empresas privadas.
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