Museu de Ciências da Terra sedia o Seminário “Terra e Tempo: Carlos Vergara”

21/10/2025 às 15h21
 | Atualizado em: 21/10/2025 às 17h19
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Evento reuniu artistas, cientistas e críticos em torno das esculturas do artista no Pão de Açúcar
 

Foto: Bárbara Scorsin/SGB


Rio de Janeiro (RJ) - O Museu de Ciências da Terra (MCTer), no Rio de Janeiro (RJ), recebeu na última quinta-feira (16) o Seminário “Terra e Tempo: Carlos Vergara - Arte, Geologia, Tempo e Sociedade”, encontro que reuniu artistas, geólogos, pesquisadores, educadores, críticos, curadores, e cientistas em torno da obra de um dos nomes centrais da arte brasileira contemporânea.

O Seminário integra o Projeto Maravilha, que celebra a criação de três esculturas inéditas de Carlos Vergara comissionadas para o Pão de Açúcar, um dos cartões-postais mais emblemáticos do mundo. Situada no coração da Mata Atlântica, as obras propõem reflexões que articulam arte, natureza e tecnologia, explorando o tempo geológico como linguagem estética e política.

Em sua fala na conferência de abertura do evento, o próprio artista, que também é químico e foi empregado Petrobras, empresa próxima do Serviço Geológico do Brasil (SGB), explicou seu método de trabalho e a relação com o Pão de Açúcar e o MCTer: “Eu uso muitos pigmentos naturais, que têm milhares de anos e não perdem a cor. Eles são a Terra moída, a geologia na arte e arte da geologia. Com ela posso tornar visíveis coisas que estão escondidas e tornar eloquente o que pode acender o espírito de quem vê.” Vergara completou ainda: “Arte e ciência servem para despertar o espírito para uma vida mais significativa, fazendo o indivíduo conhecer melhor onde pisa e se relacionar melhor com o mundo em que vive”.
 

Foto: Tariana Fernandes/SGB


O “boas-vindas” do evento ficou por conta de Célia Corsino, coordenadora geral do MCTer, e Fábio Szwarcwald, diretor executivo do Projeto Maravilha. Célia destacou que “é muito importante que o fechamento do Projeto seja no MCTer, porque existe uma relação muito interessante do trabalho do artista com o tema do nosso acervo, as rochas e minerais que ele usa em suas obras, e o fato de a geologia estar presente no próprio assunto Pão de Açúcar, um monumento natural e patrimônio mundial.”
 

Foto: Tariana Fernandes/SGB


Szwarcwald reforçou a importância de concentrar no bairro ações como esta, já que o Bondinho e o Museu são vizinhos com tantas afinidades: “É motivo de muito orgulho receber as obras geniais do Vergara no Bondinho, trazendo arte pros equipamentos turísticos e aproximando-a do público, assim como estender esse projeto de volta pro lugar tradicional da arte, o museu, hoje nesta oportunidade de compartilhamento e de aprendizado no MCTer, instituição tão importante pro Rio e pro país”.


Programação

A programação do evento contou com conferências, rodas de conversa e visitas mediadas ao Museu, ampliando o diálogo entre arte, geociências e sociedade. Ao longo do dia, participaram também do evento nomes como o curador do MCTer Diógenes de Almeida Campos, os críticos de arte Luiz Camillo Osório e Fernanda Lopes, o professor Maurício Barros de Castro, a curadora de arte Sandra Benites, o empreendedor cultural João Vergara, o cientista ambiental Fábio Scarano, a especialista em conservação e restauração Marilene Maia, a geóloga Senira Kattah e a artista Lívia Moura, além da equipe do Projeto: Ulisses Carrilho (curador) e Bia Jabor (coordenadora do programa educativo).
 

Foto: Tariana Fernandes/SGB



O artista

Com mais de seis décadas de produção, Carlos Vergara é reconhecido por transitar entre desenho, monotipia e escultura, sempre com um olhar crítico e sensível, tendo uma trajetória consolidada que atravessa diferentes transformações culturais e estéticas do Brasil, mantendo uma prática vigorosa e aberta ao diálogo entre linguagens. Sua nova criação para o Pão de Açúcar se coloca como uma oportunidade única para cariocas e visitantes experimentarem uma obra de arte monumental integrada ao bioma que a acolhe.
 

Foto: Bárbara Scorsin/SGB


“Mais do que uma celebração, o Seminário é uma oportunidade de pensar como a arte pode responder, poeticamente e politicamente, aos desafios do presente, propondo um novo pacto de existência entre o humano e a Terra”, destacam os curadores. Ao encerrar a primeira edição do Projeto Maravilha, o Seminário amplia a recepção crítica da iniciativa e propõe pensar a arte como gesto público, capaz de articular cidade, natureza e sociedade.


Vizinhança de arte, turismo e geologia 

Célia Corsino ressaltou ainda a questão da vizinhança entre as instituições: “nosso desejo é estabelecer uma relação de proximidade e de encontro com o Parque Bondinho Pão de Açúcar, estendendo a parceria para outros projetos de interesse mútuo e que conversem com nossa missão, que é a divulgação das geociências”.


Tariana Fernandes
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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