Levantamentos aerogeofísicos começam no Tocantins após uma década sem voos no Brasil

17/10/2025 às 14h56
 | Atualizado em: 17/10/2025 às 18h32
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Os primeiros voos da terceira geração do programa já iniciaram e irão impulsionar o desenvolvimento da cadeia produtiva do setor mineral
 

Foto: Igo Estrela/SGB


Palmas (TO) – Após uma década, o Brasil começa uma nova geração de levantamentos aerogeofísicos, com técnicas mais modernas e equipamentos tecnológicos de última geração. O Serviço Geológico do Brasil (SGB) iniciou, nesta semana, o Projeto Aerogeofísico Sudeste do Tocantins. 

Os primeiros voos irão cobrir 20 municípios do estado, com investimento de cerca de R$ 10 milhões. Essa iniciativa está alinhada às diretrizes do governo federal, conforme as prioridades definidas no Plano Decenal de Mapeamento Geológico Básico (PlanGeo). O projeto é custeado com investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).

“Esse é um marco para o Brasil. Nosso papel enquanto instituição referência na geração de conhecimento geocientífico, é apoiar o país com ciência de qualidade. Com esse projeto, vamos impulsionar o desenvolvimento regional sustentável e movimentar toda a cadeia produtiva do setor mineral, gerando impactos diretamente na vida das pessoas”, ressalta a diretora-presidente interina do SGB, Sabrina Góis.

Os municípios do sudeste do Tocantins serão os primeiros a receber os voos da terceira geração do programa, realizados por meio da empresa Lasa Prospecções (Xcalibur Smart Mapping), vencedora de licitação. A área mapeada abrangerá cerca de 20 mil km², contemplando 20 municípios: Almas, Arraias, Aurora do Tocantins, Chapada da Natividade, Combinado, Conceição do Tocantins, Dianópolis, Lavandeira, Natividade, Novo Alegre, Novo Jardim, Paranã, Pindorama do Tocantins, Ponte Alta do Bom Jesus, Ponte Alta do Tocantins, Porto Alegre do Tocantins, São Valério, Silvanópolis, Taguatinga e Taipas do Tocantins. 

“Os levantamentos iniciam em um momento oportuno, em que o potencial geológico brasileiro coloca o país em papel de destaque no cenário internacional devido a alta demanda por minerais críticos para a transição energética, a segurança alimentar e a indústria de alta tecnologia. O SGB tem trabalhado arduamente para a retomada dos aerolevantamentos  por entender que essa ferramenta irá trazer informações relevantes para o setor mineral, em especial em áreas de elevado potencial mineral”, destacou o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB, Valdir Silveira.


Estímulo ao desenvolvimento sustentável 

Os levantamentos aerogeofísicos são uma ferramenta de excelente custo-benefício, permitindo mapear o subsolo de forma sistemática, detalhada, rápida, eficiente e não invasiva. A aquisição de dados aerogeofísicos de altíssima resolução vai ampliar de forma significativa o conhecimento geológico do Tocantins e contribuir para o desenvolvimento sustentável do estado. 

“A geofísica é a ciência que permite investigar o subsolo sem a necessidade de perfuração. Por meio de diferentes métodos, é possível obter informações desde os primeiros centímetros até centenas de quilômetros de profundidade, revelando o potencial de uma região para a ocorrência de recursos minerais, energéticos ou hídricos”, explica o chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (DISEGE), Iago Costa.
 

Foto: Igo Estrela/SGB


Os dados obtidos nos levantamentos começarão a ser entregues no 1º semestre de 2026. Com a divulgação dos dados, espera-se atrair investimentos, estimular novas pesquisas e impulsionar a geração de empregos e renda, promovendo também o crescimento do setor de serviços. Como resultado, os municípios da região poderão registrar um aumento na arrecadação e maior dinamismo econômico, fortalecendo toda a cadeia produtiva ligada ao setor mineral.


Entenda como é realizado o levantamento aerogeofísico

O levantamento aerogeofísico é como uma “fotografia especial” do solo e do subsolo, feita a partir de equipamentos modernos instalados em uma aeronave de pequeno porte. Esses equipamentos captam sinais do campo magnético, da radiação natural e de outras características das rochas. Assim, é possível descobrir o que existe embaixo da superfície, mesmo sem precisar cavar.

Para este levantamento, serão utilizados métodos de magnetometria (que estuda o campo magnético), gamaespectrometria (que mede a radiação natural das rochas) e gravimetria strapdown (que mede mede o campo gravitacional). Com uso de dados aerogeofísicos anteriores, o novo levantamento terá uma resolução efetiva de 250 metros entre as linhas de voo, o que permitirá uma caracterização geofísica mais detalhada da região e trará um novo panorama sobre o potencial para recursos minerais.
 

Foto: Igo Estrela/SGB


Terceira geração dos levantamentos aerogeofísicos

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) já conduziu três fases de levantamentos aerogeofísicos:

1ª geração (1971 - 2001) – Levantamentos regionais com os primeiros equipamentos aerogeofísicos disponíveis, ainda em baixa resolução, mas que trouxeram grande entendimento do subsolo brasileiro para a época.

 2ª geração (2004 - 2015) - Cobertura de aproximadamente 3,7 milhões de km² (51% do território nacional e 86% do embasamento cristalino), com metodologias aerogeofísicas mais modernas, principalmente magnetometria e gamaespectrometria. Esta geração teve um investimento de cerca de US$183 milhões. 

3ª geração (2025) - Aquisição de métodos geofísicos de última geração, com levantamentos de ultra-resolução, colocando o Brasil no nível dos grandes países de tradição mineral do mundo, como Canadá e Austrália. Os levantamentos podem revelar o potencial do país para diversos recursos naturais, principalmente aos minerais críticos voltados à transição energética.



Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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