Chuvas no Acre: começa operação para intensificar monitoramento dos rios e prever inundações

20/12/2024 às 19h03
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Nesta sexta-feira (20), o Serviço Geológico do Brasil inicia o envio de boletins com dados sobre os rios da bacia, atendendo os municípios de Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Rio Branco  

Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp

Rio Branco (AC) – Devido ao período chuvoso no Acre, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) iniciou a operação do Sistema de Alerta da Bacia do Rio Acre (SAH Acre). O objetivo é intensificar o monitoramento dos rios para informar sobre os níveis e alertar para possíveis inundações nos pontos monitorados, nos municípios de  Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Rio Branco. Desse modo, o SGB apoia as ações para prevenir desastres ou reduzir os impactos das cheias. 

As informações serão disponibilizadas em boletins divulgados semanalmente, com resumos sobre os níveis dos rios e acumulados de chuva.  O primeiro já está disponível aqui. Além disso, é possível acompanhar os dados em tempo real, por meio da plataforma SACE. A operação segue até abril.

“Esse trabalho é de suma importância. Com a operação e emissão dos boletins de alerta, ajudamos as defesas civis e gestores a tomarem decisões, além de informarmos a população sobre a condição das cotas nas diversas estações e a tendência de variação”, afirma o engenheiro hidrólogo e pesquisador do SGB Guilherme Jordão.

Segundo o pesquisador, uma das características do Rio Acre é o aumento expressivo nas vazões diárias ao longo do ano. “Esse comportamento impactou diversas vezes a população que vive nas margens, chegando a ter o risco de cheia dentro do período de dezembro a abril. Por isso, a operação do Sistema de Alerta Hidrológico do Acre é realizada nessa janela, para que estejamos preparados para as situações extremas que possam ocorrer”.

A Bacia Hidrográfica do Rio Acre, na porção Sul da Amazônia Ocidental, é uma sub-bacia do Rio Amazonas. Além de fazer fronteira com o Peru e a Bolívia (transfronteiriça), também está ao lado dos estados do Amazonas e de Rondônia. 

As previsões climatológicas indicam chuvas abaixo da média na região para os próximos meses. Apesar disso, Jordão explica que é preciso ter atenção durante esse período: “O Rio Acre, quando enche, tem a velocidade de escoamento mais lenta, criando uma cheia prolongada. Por isso, é possível que um evento concentrado, a depender de onde ocorra, possa ocasionar uma enchente”.

Cheias no Rio Acre

Em março de 2024, o Acre enfrentou uma cheia de grandes proporções após fortes chuvas concentradas em um curto período. Na capital do estado, Rio Branco, o rio chegou à cota de 17,89 m – a segunda maior, atrás do recorde de 18,53 m, registrado em 2015. No município de Brasiléia (AC), foi registrada a máxima histórica de 15,58 m. Em Xapuri (AC), foi registrado o pico de 17,08 m – segunda máxima histórica, atrás do recorde de 18,24 m, em 2015.

Parceria 

O monitoramento dos rios é feito a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações estão disponíveis na plataforma SACE.
 

Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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