Café Geológico debate sobre a Época do Antropoceno

21/07/2023 às 00h00
 | Atualizado em: 01/03/2024
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O evento contou com a participação do pesquisador internacional e uma das principais autoridades sobre o tema, Dr. Colin Neil Waters

O 12º episódio do Café Geológico, realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), abordou a época do Antropoceno em uma live transmitida no canal do SGB no Youtube, realizada na sexta-feira (14/7). O evento contou com a participação de uma das principais autoridades no assunto, Dr. Colin Neil Waters da Universidade de Leicester, que apresentou a palestra “A época do Antropoceno: A expressão do impacto humano avassalador no planeta Terra”. Durante o evento, foram analisadas as alterações causadas pela atividade humana e como elas estão sendo consideradas como evidências para a criação de uma nova unidade de tempo geológico: o Antropoceno. Além disso, foram exploradas a escala e a extensão desse impacto humano e até que ponto podemos modificar as tendências futuras do sistema terrestre. Colin Waters, geólogo e professor honorário da Escola de Geografia, Geologia e Meio Ambiente da Universidade de Leicester, no Reino Unido, é presidente do Grupo de Trabalho do Antropoceno desde 2020 e tem papel fundamental na coordenação das atividades dos membros do grupo. A palestra foi traduzida e explicada pelo pesquisador em hidrogeologia do SGB, Roberto Kirchheim, e mediada pela pesquisadora em Geociências do SGB, Patrícia Jacques. No slide está representado os períodos das eras geológicas: Pleistoceno, Holoceno e Antropoceno Durante a apresentação, o pesquisador falou sobre as diferentes eras geológicas e destacou que, ao contrário do passado, os impactos causados pelos eventos climáticos atuais têm os humanos como principais agentes causadores. Ele ressaltou que estamos vivendo na era do Antropoceno, na qual os humanos estão remodelando a paisagem e mudando a compreensão dos sistemas sedimentares. Segundo suas pesquisas, “a superfície terrestre compreende 27 trilhões de toneladas de material modificados pelo homem, principalmente em áreas urbanas”. Ele explicou as mudanças que têm influenciado esse período, como o rápido crescimento populacional nas últimas décadas e o aumento acelerado do consumo de energia. Os dados apresentados revelaram que mais de 90% do carvão e do gás natural explorados já foram queimados desde 1950, e que 36 bilhões de toneladas de dióxido de carbono emitidos em 2021 superam as emissões naturais de todos os vulcões da Terra, que produzem cerca de 200 milhões de toneladas por ano. Foram abordados também os sinais que caracterizam este período: o surgimento de novos materiais que começam a aparecer no registro geológico, como compostos, tipos de concreto e tipos de plástico. Assim também como as alterações no fluxo de sedimentos em sistemas fluviais e formação de depósitos artificiais. O pesquisador também explicou os indícios geoquímicos relacionados ao ciclo de carbono, nitrogênio, enxofre, metais pesados, compostos orgânicos e radiogênicos; sinais climáticos e biológicos, como o aumento das espécies em extinção e o declínio de espécies. O professor falou que “os novos materiais gerados pelo homem incluem mais de 200 mil minerais artificiais como compostos e excedem, em muito, os 5 mil minerais naturais” (tradução do pesquisador Roberto Kirchheim). Ele apresentou também o grande aumento na produção de alumínio e plástico, por exemplo, e o impacto destes materiais no planeta. Em relação às mudanças climáticas, foi explicado que os trabalhos recentes sugerem que as temperaturas atuais excedem o pico do Holoceno e o planeta é o mais quente desde 125 mil anos, quando os níveis do mar eram de 5 a 9 metros mais altos do que hoje, apesar dos níveis de CO² serem mais de 100 ppm (partes por milhão) mais baixos. Ao final da apresentação, o professor respondeu às perguntas dos espectadores e agradeceu pela oportunidade. Acesse o evento na íntegra. Beatriz Carvalho Núcleo de Comunicação Serviço Geológico do Brasil Ministério de Minas e Energia imprensa@sgb.gov.br

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