Segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Prevenção de desastres: novo estudo identifica duas áreas de risco geológico em Curuçá (PA)

Resultados do mapeamento do Serviço Geológico do Brasil indicam que o número de setores com potencial de sofrer danos aumentou entre 2015 e 2023

 Vista das casas na Vila do Abade. Ao fundo
está o afluente do Furo Maripanema (Foto: SGB)
O número de áreas de risco no município de Curuçá, no Pará, aumentou entre 2015 e 2023. Novo mapeamento do Serviço Geológico do Brasil (SGB), realizado em agosto, indica que a cidade tem dois setores com potencial de sofrer danos por inundação e erosão flúvio-marinha. No levantamento anterior, apenas uma área havia sido mapeada. Os resultados do estudo estão no relatório da Cartografia de Risco Geológico, disponível aqui.

De acordo com o levantamento, uma área com risco “alto” de inundação foi identificada na Rua Camilo Ataíde, na Vila do Abade. Outro setor com risco “muito alto” de erosão flúvio-marinha foi mapeado na Travessa Carlos Brito, no Bairro Bigolândia. Nessas localidades vivem 40 pessoas.

Conforme observado no relatório, o risco identificado em 2015 foi atenuado após as moradias serem removidas da área. A medida foi adotada em atendimento à recomendação feita pelo SGB. Atualmente, o local é usado como estaleiro para manutenção e guarda dos barcos de pesca.

No entanto, houve surgimento de duas novas áreas. Os pesquisadores acreditam que a expansão de setores de risco se deve ao “crescimento populacional, às políticas sociais que não atingem todas as famílias em condições de risco e ao pouco envolvimento da Defesa Civil Municipal”, indica o relatório.

Além disso, a evolução metodológica e o emprego de novas tecnologias ao longo dos últimos anos têm induzido a produção de mapeamentos mais precisos, fato ocasionalmente comprovado pelo aumento do número de áreas de risco geológico identificadas nos trabalhos mais recentes.

Políticas públicas e prevenção de desastres

Com o estudo, o SGB contribui para prevenção de desastres. Além de indicar as áreas de risco, o relatório apresenta sugestões de medidas que podem ser adotadas para evitar ou reduzir os impactos de eventos geológicos. A primeira delas é avaliar a possibilidade de remover ou realocar temporariamente, para locais seguros, os moradores que se encontram nas áreas de risco durante o período de chuvas.

As informações podem ainda auxiliar na definição de critérios para disponibilização de recursos públicos destinados ao financiamento de obras preventivas e de resposta a desastres. Além disso, dão apoio às políticas públicas habitacionais e de saneamento, sendo, portanto, um importante instrumento para promover o desenvolvimento regional.

Confira o estudo desenvolvido no município em 2015:
>>Ação Emergencial para Delimitação de Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de Massa: Curuça, Pará


A atuação do SGB está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), em especial aos ODSs 1, 2, 9, 11, 12 e 13, que tratam de: erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; indústria, inovação e infraestrutura; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis e ação contra a mudança global do clima.

Áreas de Risco no Pará

Até o final de agosto, o SGB já havia realizado cartografias de áreas de risco geológico em 94 municípios do Pará e identificado mais de mil setores que podem sofrer processos geológicos. O número de pessoas que vivem em moradias de risco passa de 353 mil, de acordo com as informações da base de dados do SGB.

Confira aqui as Cartografias de Risco Geológico produzidas no estado.

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