Evento discutiu as peculiaridades, as virtudes e as necessidades do setor



O Serviço Geológico do Brasil, por meio do pesquisador Gilberto Calaes, assessor da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) e coordenador do Programa Plataforma de Suporte ao Planejamento da Pesquisa e Produção Mineral (P3M), esteve presente no 8º Encontro Nacional da Média e Pequena Mineração (ENMPM), durante a Brasmin – Feira da Indústria da Mineração.
Esse encontro, realizado em Goiânia, visou discutir as peculiaridades, virtudes e necessidades da mineração brasileira, com destaque para as pequenas e médias empresas mineradoras.
No painel “ESG e Transição Energética na Formação de Profissionais de Mineração”, Calaes informou que, no contexto estratégico dos minerais da transição energética, o momento é de uma “nova revolução industrial”, com transição de grande impacto, mediante o desenvolvimento de novas fontes de energias renováveis, associadas à utilização de novos materiais. E acrescentou que, entre os recursos minerais que vêm se sobressaindo nessa nova revolução, destacam-se os que são empregados na geração e acumulação de energia renovável: cobalto, grafita, lítio e terras raras. Destacou ainda a importância do alumínio, do cobre, do manganês, do níquel, do tântalo, do titânio e do vanádio.
De acordo com ele, a política brasileira de minerais da transição energética deve ser fundamentada em amplo e diversificado processo de intercâmbio e cooperação internacional. “Tal política setorial deverá ser desenhada e implementada com o objetivo de capacitar e estruturar recursos humanos, empresas e instituições, de forma que o país possa se converter em um dos polos de referência de suprimento de matérias-primas, produtos intermediários e finais para suprir as demandas relacionadas à nova revolução industrial que já se encontra em curso. Também deverá ser analisada a conveniência de concessão de incentivos fiscais, mediante rigorosos critérios de análise de benefícios e custos”, explicou.
“O Brasil deve perseguir esse campo de abertura de programas de cooperação e intercâmbio mais ativo, visando inclusive a formação e o desenvolvimento de recursos humanos”, ressaltou Gilberto.
O pesquisador também ressaltou que, “assim como o ESG (environmental, social and governance), outros paradigmas estão influenciando a formação dos profissionais do setor, tais como o da Economia Circular”. E concluiu se tratar de “uma visão totalmente nova, que redesenha todos os processos de produção nos vários setores da economia”.
Outras questões também foram abordadas durante o encontro, como de que forma a indústria mineral pode contribuir para atrair jovens talentos para o setor mineral e como auxiliar a academia para a formação da próxima geração de profissionais que optem por atuar na área.
Também participaram do debate Roberto Xavier, diretor-executivo da Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB); Maria José Salum, conselheira da Revista Brasil Mineral; Caiubi Emanuel Souza Kuhn, presidente da Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo) e Giorgio de Tomi, representante da Associação Brasileira de Engenheiros de Mineração (Abremi).
O 8º Encontro Nacional da Média e Pequena Mineração foi organizado pela Brasil Mineral, Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM), Sindicato da Indústria Extrativa do Estado de Goiás e Distrito Federal (SIEEG), com apoio da Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB) e patrocínio do Serviço Geológico do Brasil (SGB), entre outras instituições.
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