Serviço Geológico do Brasil e Governo de Santa Catarina iniciam estudos essenciais para planejamento urbano e prevenção de desastres

29/09/2025 às 18h34
 | Atualizado em: 29/09/2025 às 18h35
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Acordo de Parceria para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação prevê levantamentos em mais de 200 municípios para elaboração de Cartas de Suscetibilidade a Movimentos de Massa e Inundações e de Cartas Geotécnicas de Aptidão à Urbanização
 

Foto: Divulgação/SGB


Santa Catarina  – O Serviço Geológico do Brasil (SGB) e o Governo de Santa Catarina iniciaram, neste mês, estudos que irão apoiar o planejamento urbano e a prevenção de desastres nos municípios. A iniciativa faz parte de um Acordo de Parceria para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação que prevê investimento de R$ 7 milhões para estudos em 188 municípios para elaboração de Cartas de Suscetibilidade a Movimentos de Massa e Inundação, além da  entrega de Cartas Geotécnicas de Aptidão à Urbanização a outras 30 cidades catarinenses.

Nos últimos anos, Santa Catarina foi um dos estados mais afetados por eventos climáticos extremos, que provocaram enchentes e deslizamentos, com prejuízos econômicos e sociais significativos. Os estudos são ferramentas práticas para reduzir esses impactos.

“Esse é um trabalho essencial que permite identificar áreas com maior risco de ocorrência de fenômenos como deslizamentos e inundações. O objetivo é apoiar o poder público municipal na tomada de decisões para ocupação do solo, obras de infraestrutura e ações de prevenção de desastres”, explica o chefe do Departamento de Gestão Territorial, Diogo Rodrigues.

O gerente Territorial e Urbano com Resiliência da Secretaria de Estado da Proteção Defesa Civil, Matheus Klein Flach, ressalta que o SGB já é um parceiro do estado e a nova parceria reforça o compromisso de Santa Catarina em investir continuamente em ciência, inovação e gestão de riscos: “Com este novo acordo, daremos mais um salto: quando finalizados os estudos, garantiremos que todos os municípios de Santa Catarina terão a Carta de Suscetibilidade a Movimentos de Massa e Inundação, tornando o estado, mais uma vez, pioneiro no Brasil ao oferecer ferramentas concretas para a gestão de riscos e desastres em escala municipal”.

Atualmente, 103 municípios já contam com as Cartas de Suscetibilidade. Entre 2012 e 2018, por meio de Cooperação Técnica entre a SDC e o SGB, foi possível concluir o mapeamento de áreas de risco de todos os 295 municípios catarinenses.


Estudos iniciados

Os trabalhos começaram e envolvem duas etapas complementares. Primeiro, pesquisadores do SGB realizaram análises em escritório para adequar os produtos ao contexto geológico e geomorfológico de Santa Catarina. Em seguida, equipes técnicas percorrem os municípios para validar os padrões de relevo – como áreas de encosta e várzeas – e modelos elaborados previamente, utilizando ferramentas digitais.

Os primeiros trabalhos de campo para as Cartas de Suscetibilidade foram concluídos nos municípios de Ascurra, Ibirama, Morro da Fumaça, Cocal do Sul e Urussanga. Em outubro, as atividades devem ser realizadas em Treviso, Siderópolis, Balneário Rincão, Passo de Torres, Balneário Gaivota, Balneário Arroio do Silva, Itapoá, Balneário Barra do Sul e São João do Itaperiú.
 

Foto: Divulgação/SGB


Para elaboração das Cartas Geotécnicas, foram selecionados 30 municípios com os maiores índices de crescimento populacional e que ainda não contam com o estudo. “Sabemos que Santa Catarina é um dos destinos mais procurados para se viver, o que traz desafios adicionais de expansão urbana. Essa ferramenta é essencial para orientar o planejamento e garantir uma urbanização mais segura e sustentável”, enfatizou Flach.


Entenda a importância dos documentos cartográficos

Com as Cartas de Suscetibilidade, as prefeituras podem identificar as áreas que estão mais ou menos propensas à ocupação urbana. Os gestores também terão apoio para licenciamento de obras e a definição de zonas de expansão urbana, realizando investimentos em infraestruturas mais seguras.

Já as Cartas Geotécnicas indicam a capacidade dos terrenos para suportar os diferentes usos e práticas da engenharia e do urbanismo, com o mínimo de impacto possível e com o maior nível de segurança para a população.

Ao final do trabalho, os relatórios serão entregues ao governo do estado, aos municípios e às defesas civis, além de ficarem disponíveis no site do SGB.


Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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