Remineralizadores de solo são alternativa para fertilizantes tradicionais na produção agrícola

13/09/2022 às 00h00
 | Atualizado em: 01/03/2024
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 Agricultores alcançam 30% de redução de custos com o uso da fertilização e correção do solo

Devido a sua diversidade litológica e vocação agropecuária, o Brasil possui um enorme potencial para a disseminação do uso de remineralizadores. Nesse sentido, o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) vem executando estudos para identificação e caracterização de rochas com potencial remineralizador em diferentes regiões do Brasil. Muitos destes estudos, conduzidos em parceria com instituições como Embrapa e Petrobras, tiveram seus resultados divulgados em congressos e publicações especializadas. O objetivo é atuar na prospecção e mapeamento dos remineralizadores de solo, ou agrominerais silicáticos, como alternativa para o fomento da agricultura brasileira.
O uso dos agrominerais possibilita a correção de possíveis deficiências minerais do solo e promovem uma absorção mais eficiente dos nutrientes pelas culturas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento sustentável da agricultura e para redução da dependência do setor agrícola por insumos importados.
A primeira etapa para produção de agrominerais silicáticos é o mapeamento de rochas com características remineralizadoras. Após uma avaliação econômica da jazida, essas rochas passam por processos de britagem e moagem e posteriormente são distribuídas para o mercado consumidor
Os agricultores, conforme dados do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), alcançam 30% de redução de custos a partir do uso da fertilização e correção do solo, decorrente do uso de remineralizadores. O Grupo indica também que os insumos foram aplicados em 5 milhões de hectares, com foco no Centro-Oeste em 2021.

Pesquisas e aplicações dos remineralizadores

Em um dos estudos do SGB-CPRM, intitulado “Avaliação do potencial agromineral do Brasil, Grupo Serra Geral da bacia do Paraná no Rio Grande do Sul: estado do Rio Grande do Sul”, a pesquisadora do SGB-CPRM, Magda Bergmann, investigou dados litoquímicos de 86 amostras de rochas na região, em adição a um levantamento pregresso sobre o assunto.
O trabalho implica em investigar o potencial agromineral das rochas, para avaliar se podem ser utilizadas na remineralização. Em parceria com outros pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil, Bergmann avaliou também o uso de agrominerais na região Irecê e Jaguarari, na Bahia.
A pedreira desativada no bairro Fátima, em Santa Cruz do Sul (RS), foi uma das áreas pesquisadas no estudo. Possui rochas bandadas semelhantes às das lavras Ouro Preto e Pinheiral

O que são remineralizadores?

Conforme o Decreto-Lei dos Fertilizantes, de 2014, os remineralizadores são rochas ou outros materiais de origem mineral que sofreram redução por processos mecânicos e que melhoram a fertilidade do solo, a partir da adição de macro e micronutrientes para plantas e melhoramento físico e químico do solo. O uso, geralmente, decorre do pó da rocha.
A instrução normativa, que versa sobre as características de quais remineralizadores devem ser utilizados, reforça que os minerais não podem oferecer risco à saúde humana e animal. A prática não substitui os fertilizantes convencionais, o objetivo é complementar o potencial produtivo do solo, pois as rochas dificilmente apresentam todos os nutrientes que as plantas necessitam e em quantidades suficientes. Entretanto, já existem estudos indicando que os alimentos produzidos com agrominerais silicáticos, em geral, demonstram um percentual maior de micronutrientes, devido à diversidade química das rochas.

Maria Alice dos Santos Serviço Geológico do Brasil - CPRM Ministério de Minas e Energia imprensa@cprm.gov.br

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