Na 1ª Sala de Crise do Pantanal, SGB alerta que a estiagem de 2024 pode ser uma das mais severas da história

08/05/2024 às 19h50
 | Atualizado em: 10/05/2024
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Foto: Leandro de Almeida Luciano/Wikimedia Commons

Foto: Leandro de Almeida Luciano/Wikimedia Commons

 

Brasília – O monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB), feito na Bacia do Rio Uruguai, no Pantanal, contribui para subsidiar medidas que possam reduzir os impactos da estiagem severa que deve afetar a região neste ano. Durante a 1ª reunião da Sala de Crise da Bacia do Alto Paraguai (que engloba a região do Pantanal), realizada nesta terça-feira (7), o pesquisador Marcus Suassuna apresentou os dados, alertando que, com níveis abaixo do esperado e chuvas inferiores à média previstas para os próximos meses, a região pode ter uma das secas mais graves da história.

“Desde o início da estação chuvosa, em outubro, é observado um déficit de chuvas na Bacia do Rio Paraguai. Foram observados aproximadamente 660 mm, quando eram esperados 940 mm. Em abril, choveu 20 mm acima do esperado na região, o que foi uma notícia boa. Mas esse volume não compensa o déficit acumulado desde outubro, e os níveis dos rios permaneceram abaixo da média”, explicou Suassuna na reunião promovida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
 

Fonte: SGB
Fonte: SGB


As projeções mostram que, se nos próximos meses, chover dentro da média (160 mm), 2024 pode ter um cenário semelhante ao ano de 2020, quando o Rio Paraguai chegou a -32 cm, em Ladário (estação de referência e com a série histórica mais longa). Em um cenário de chuvas abaixo da média, a situação pode ser mais grave e pode se comparar ao ano de 2021, alertou Suassuna. As projeções do SGB indicam que a mínima anual pode ocorrer em outubro, com cota mínima negativa.

“Em um cenário de chuvas abaixo da normalidade, poderemos ter algo semelhante ao que houve em 1964, 1971 ou 2021, que foram as piores secas da história. Em 2021, o rio em Ladário chegou a -61 cm e foi um cenário muito complicado, com restrições de navegação e dificuldades para o escoamento da produção”, explicou o pesquisador. Os níveis baixos também geram problemas no abastecimento e geração de energia, além de impactarem o bioma e aumentarem os riscos de incêndio.

Cenário no Pantanal

Os dados apresentados e disponíveis em boletim extraordinário do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai indicam que o nível em Ladário (MS), estação de referência, estava em 1,44 m nesta terça-feira (7) – abaixo da média de 3,66 m. Em Porto Murtinho (MS), a cota é de 2,28 m, enquanto o esperado era de 4,75 m.

Na região sul da bacia, no município de Miranda (MS), o último nível observado foi de 1,42 m, e a média é de 2,85 m. Em Aquidauana (MS), a marca atual é de 2,01 m, quando o esperado é de 3,12 m.

>>Acompanhe aqui o monitoramento do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai

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