Lançados editais para construção do Centro Científico e Cultural da Urca, no Rio de Janeiro

19/09/2025 às 20h00
 | Atualizado em: 19/09/2025 às 22h12
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Cerimônia, realizada nesta sexta-feira (19), oficializou as etapas iniciais para edificação do maior projeto de infraestrutura laboratorial de geociências no Brasil, que terá papel estratégico para os setores de mineração, óleo e gás e para a transição energética

Foto: Igo Estrela/SGB

Rio de Janeiro (RJ) – O Serviço Geológico do Brasil (SGB), a Petrobras e a Finatec realizaram, nesta sexta-feira (19), o lançamento dos editais licitatórios para a construção do Centro Científico e Cultural da Urca, no Rio de Janeiro. O projeto, com investimento estimado em R$ 200 milhões, é financiado pela cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com a nova estrutura, o SGB desenvolverá pesquisas estratégicas para os setores de mineração e óleo e gás, além de avançar com estudos para transição energética. 

O ato marca a etapa inicial de revitalização do Museu de Ciências da Terra (MCTer) e construção das novas instalações laboratoriais do Centro de Referência em Geociências (CRG) e da Litoteca do SGB,  além de aquisição de equipamentos analíticos de ponta para equipar os diversos laboratórios. As obras estão previstas para começar em dezembro de 2025.

“Este projeto de infraestrutura laboratorial permitirá ao SGB desenvolver pesquisas que contribuirão para temas centrais, como  transição energética, segurança alimentar e gestão dos recursos hídricos. Essas são áreas nas quais os serviços geológicos nacionais dos países têm o dever de participar. Ampliar e fortalecer nossas linhas de pesquisa representa um passo significativo, que inaugura uma nova dimensão para o SGB”, destacou o diretor-presidente do SGB, Inácio Melo.

O gerente executivo de Exploração da Petrobras, Jonilton Pessoa, ressaltou que investir em PD&I representa investir em soberania, competitividade e sustentabilidade. “Estamos falando de um projeto histórico que reúne Petrobras, SGB, ANP e toda a sociedade brasileira. É importante destacar que quando falamos em ciências da terra falamos também de um dos setores mais estratégicos para o desenvolvimento nacional, que é o setor de óleo e gás, que gera recursos, impostos e benefícios para a população”. 

O chefe do Centro de Geociências Aplicadas (CGA) do SGB, Noevaldo Teixeira, realizou apresentação técnica do projeto (Foto: Igo Estrela/SGB)

Saiba mais sobre as obras 

As obras do Centro Científico e Cultural da Urca e a aquisição de equipamentos serão conduzidas pela Finatec, fundação de apoio responsável pela parte administrativa, contratações e licitações. A partir do lançamento dos editais, serão selecionadas empresas executoras que atendam às exigências. Em novembro, o Museu de Ciências da Terra (MCTer) será fechado para visitação e as obras começam em dezembro. 


Pesquisa, inovação e cultura 

O Centro Científico e Cultural da Urca se  consolidará como polo de excelência em geociências, com localização estratégica no Rio de Janeiro – próximo às principais empresas de exploração de Petróleo e de polos de ciência e tecnologia, como a COPPE/UFRJ e o  Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). A área é uma das áreas mais nobres da cidade do Rio de Janeiro, corredor turístico por onde passam milhares de pessoas diariamente para visitarem o complexo do Pão de Açúcar e a Praia Vermelha.

O novo Centro terá papel estratégico para o setor de óleo e gás. As pesquisas e laboratórios instalados apoiarão diretamente projetos em bacias sedimentares brasileiras, ampliando a base de conhecimento sobre rochas, fluidos e testemunhos coletados em campo, além de armazenar o material coletado. A infraestrutura também permitirá o desenvolvimento de tecnologias ligadas à transição energética, à descarbonização e ao aproveitamento sustentável dos recursos naturais, em sintonia com as diretrizes da Petrobras, da ANP e da política energética nacional.

Foto: Igo Estrela/SGB


Museu de Ciências da Terra
Com a revitalização, a área do Museu de Ciências da Terra (MCTer) passará de 2,4 mil m² para 15 mil m², distribuídos em diversos blocos do Palácio da Geologia. O projeto prevê novos espaços para exposições, salas de pesquisa, laboratórios, salas de apoio, centro de documentação e memória, além de departamentos técnicos e administrativos. Serão mais de 650 m² de laboratórios especializados.

A expansão permitirá ao MCTer fortalecer a curadoria e ampliar o acervo. Atualmente, o museu tem o mais relevante acervo de paleontologia do Brasil e uma das mais importantes coleções de vertebrados fósseis da América do Sul, com mais de 500 mil itens, dos quais mais de 380 mil já estão catalogados. 

Saiba mais sobre a reforma do MCTer 


Centro de Referência em Geociências

A instalação do CRG ocupará uma área de 3,1 mil ² com laboratórios de ponta em várias frentes das geociências. A estrutura receberá uma variedade de projetos de pesquisa científica, abrangendo desde o conhecimento geológico básico a estudos sobre potencial mineral e energético brasileiro, com foco nos minerais críticos para a transição energética. 

Entre as linhas de pesquisa estão: Paleoclimatologia, Exploração de Recursos Minerais, Paleontologia e Evolução da Terra, Biodiversidade e Geodiversidade, Meteoritos e Geologia Planetária, Pesquisa em Sedimentologia, Antropoceno e Impactos Humanos, Recursos Energéticos, Geologia Marinha e Geologia Ambiental. O CRG e os laboratórios poderão ser acessados por  pesquisadores do SGB, universidades e instituições de pesquisa nacionais e internacionais, bem como empresas em geral. 

Litoteca do SGB

O Centro Científico e Cultural da Urca abrigará a nova Litoteca do SGB, para armazenar amostras de rochas, minerais, sedimentos, solos e testemunhos de sondagem coletados de projetos de P,D&I das bacias petrolíferas e de testemunhos de furos de minas brasileiras. Serão preservadas até 100 mil caixas de testemunhos, além de lâminas provenientes da exploração de petróleo e gás nas bacias sedimentares brasileiras.

As litotecas preservam a memória geológica do Brasil, guardando amostras únicas que contam a história da Terra. Com esse acervo, o SGB contribuirá com pesquisas nacionais e internacionais, permitindo acesso a um material já coletado e reduzindo custos em novas campanhas. O acervo apoia decisões estratégicas e projetos em áreas como mineração e energia. 

Já há unidades de litotecas do SGB em Caeté (MG), Araraquara (SP), Mossoró (RN), Caçapava do Sul (RS), Feira de Santana (BA), Belém (PA), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Teresina (PI) e Goiânia (GO). 

Saiba mais
Cláusula de P,D&I viabiliza projeto que fortalece pesquisas em minerais críticos e diversificação energética
 

Larissa Souza
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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