Estiagem avança na região amazônica, e Rio Negro registra descidas diárias de 25 cm em Manaus (AM) 

04/09/2024 às 21h48  | Atualizado em: 04/09/2024
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Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou, nesta quarta-feira (4), o 36º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Amazonas

Foto: William Duarte/Rede Amazônica

Brasília (DF) – A região amazônica enfrenta seca severa, que avança por toda a calha da Bacia do Rio Amazonas. Além das mínimas históricas nos rios Solimões e Madeira, as cotas estão abaixo da faixa da normalidade e continuam a descer também nos rios Negro, Acre e Amazonas. Em Manaus (AM), a cota tem reduzido 25 cm por dia e chegou, nesta quarta-feira (4), a 19,01 m, ou seja,  2,50 m abaixo do intervalo da normalidade para a época. Os dados estão no 36º Boletim Hidrológico da Bacia do Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Em Tabatinga (AM), o Solimões atingiu -1,35 m na terça-feira (3), a cota mais baixa desde o início da série histórica (1983). O cenário afeta outras partes da calha. A pesquisadora em geociências Jussara Cury explica que: “Em Tabatinga (AM), após a mínima histórica, observamos uma oscilação positiva  de 4 cm (chegando a -1,31 m),  em razão das chuvas na Região dos Andes, que contribuíram para essa pequena subida no Solimões. No restante da calha, como em Fonte Boa (AM), as descidas estão menores, na ordem de 6 cm diários. Já em Manacapuru (AM), mais próximo à Manaus (AM), as descidas são de 25 cm por dia”.

Para se ter uma ideia da gravidade do cenário em Tabatinga (AM), a cota mais baixa havia sido de -86 cm, observada em 2010. No ano passado, que também foi um ano de seca extrema, a cota chegou a -75 cm, a terceira menor da série histórica. Em Fonte Boa (AM), a cota observada nesta quarta-feira (4) foi de 10,42 m – essa é a 10ª mais baixa da história. Em Manacapuru (AM), o registro foi de 8,79 m.

O Rio Acre, na cidade de Rio Branco (AC), está na marca de 1,31 m – a terceira mais baixa da história, atrás de 1,30 m, em 2016; e de 1,24 m, em 2022. Em Humaitá (RO), o Madeira está na marca de 8,67 m - a 4a menor, atrás de 8,46 m, em 2020; 8,33 m, em 1969; e de 8, 10 m, em 2023. Na região do Madeira, a projeção é que os níveis continuem a descer porque há pouca previsão de chuva, detalha Jussara Cury.

Níveis abaixo da faixa da normalidade

O Rio Amazonas também manteve o processo de recessão, com declínios diários de 14 cm em Parintins (AM) e 12 cm em Óbidos (PA). As cotas registradas são de: 2,02 m e 2,42 m, respectivamente. Já em Itacoatiara as descidas têm sido maiores e a cota registrada é de 5,93 m. A marca está 3 m abaixo da normalidade para o período. 

Já a Bacia do Rio Branco, principal rio de Roraima, apresenta valores no intervalo da normalidade para o período. As cotas observadas foram de 3,76 m em Boa Vista (RR) e de 4,81 m em Caracaraí (RR). 

Parceria

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações da RHN, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. 

As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na plataforma SACE.

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