Recursos totais de gipsita podem suprir demanda nacional por décadas

04/10/2023 às 00h00
 | Atualizado em: 01/03/2024
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Levantamento do Serviço Geológico do Brasil indica boas perspectivas de retomada do setor produtivo de gesso em médio e longo prazos no país

Afloramento da camada de gipsita na margem esquerda do rio Cupari na localidade de Manoel João onde inicialmente foi descoberta

Como parte da iniciativa de resgate e reavaliação dos ativos minerais da empresa, que inclui a aplicação de novas abordagens, como a modelagem geológica 3D dos depósitos minerais, realizada com dados geológicos, geoquímicos e geofísicos, e de sondagens e escavações geradas entre as décadas de 1970 e 1990, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) disponibiliza o Informe de Recursos Minerais - Área Gipsita Rio Cupari, situada no município de Aveiro, no centro-oeste do estado do Pará.
Este produto é parte do projeto Reavaliação do Patrimônio Mineral, que tem como meta também a disponibilização de um banco de dados com todas as informações existentes, de forma a apoiar a valoração das áreas e indicar blocos para licitação através do Programa de Parceria de Investimentos (PPI).
As atividades realizadas na área do Rio Cupari incluíram o levantamento e consistência de todo o acervo disponível, relativo a mapas geológicos, boletins de sondagem, perfis geológicos e dados analíticos diversos, e sua conversão em arquivos digitais, que foram utilizados para a reavaliação e quantificação dos recursos de gipsita.
No relatório consta que os recursos da substância estão associados a dois blocos de áreas (Bloco Leste e Bloco Oeste), nos quais são caracterizados dois tipos de minério: a gipsita compacta e a fraturada. A primeira possui praticamente 100% de pureza e representa quase 80% dos recursos dimensionados, enquanto a gipsita fraturada tem material argiloso, em geral calcífero, presente em fissuras ou fraturas, assim como em níveis subordinados e intercalados, mas que também é considerada parte integrante do minério aproveitável.
Os recursos totais de minério, quantificados pela modelagem geológica para o Bloco Oeste, são da ordem de 287 milhões de toneladas, e para o Bloco Leste, de mais de 316 milhões de toneladas de gipsita, o que configura um depósito de grande porte, capaz de suprir a demanda nacional por décadas, conforme pode ser conferido no relatório disponível aqui.
A gipsita, também conhecida como “pedra de gesso”, é a forma hidratada do sulfato de cálcio. É comum seu uso na produção de cimento e gesso, para aplicação na construção civil ou em materiais ortopédicos. Também se utiliza esse mineral na produção de ácido sulfúrico, vidro, cerveja, esmalte, corretivos de solo, e como aglutinante na produção do tofu, entre outros.
Em relação ao cenário econômico, há boas perspectivas de retomada do setor produtivo de gesso no país, em médio e longo prazos, junto ao aquecimento do setor de construção civil, indústria e de serviços, especialmente com a retomada da indústria, após recuperação dos efeitos econômicos causados pela pandemia da Covid-19.
O projeto de Reavaliação do Patrimônio Mineral está alinhado a quatro dos 17 ODS e visa promover a proteção ambiental, o progresso social e o crescimento econômico de forma integrada. São eles: (i) energia limpa e acessível; (ii) trabalho decente e crescimento econômico; (iii) indústria, inovação e infraestrutura; e (iv) consumo e produção responsáveis.
Este projeto é parte do Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral, vinculado ao Plano Plurianual 2020-2023, e terá continuidade no quadriênio 2024-2027, no contexto do Programa Mineração Segura e Sustentável.
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil Ministério de Minas e Energia Governo Federal imprensa@sgb.gov.br

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