Publicação representa informações indispensáveis para a atração de novos investimentos, o que contribui para impulsionar a economia regional e nacional



O Brasil ocupa importante posição de liderança na produção mundial de grãos, cana-de-açúcar, produtos florestais e biocombustíveis, assim como na exportação de produtos pecuários, mas continua altamente dependente da importação de matérias-primas para a formulação de fertilizantes utilizados no processo produtivo.
A agricultura nos estados de Roraima e Amazonas ainda apresenta números muito modestos, no cenário da economia nacional, entretanto o panorama tem mudado nos últimos anos, com um maior desenvolvimento no setor, principalmente no estado de Roraima. Por isso, a busca por fertilizantes alternativos na Região Norte do país é fundamental, devido ao alto custo logístico da região, que dificulta a agricultura familiar e também gera impactos negativos no desenvolvimento do agronegócio.
O Plano Nacional de Fertilizantes 2050 projeta um cenário de grande relevância dos remineralizadores de solo na agricultura brasileira, com a viabilização de projetos de pesquisa e desenvolvimento importantes até 2025, nessa área, e a utilização, em larga escala, de remineralizadores até 2030. O objetivo é atingir, em 2050, a consolidação da cadeia de produção de remineralizadores e se tornar referência no tema, assim diminuindo significativamente a dependência do país pela importação de fertilizantes.
Hoje a produção, com 25 produtos registrados, é estimada em 1 milhão de toneladas por ano, e as projeções para 2050 são de atingir a marca de 10 mil produtos registrados, com produção de 18 milhões de toneladas por ano.
Baseado nessas informações, o Serviço Geológico do Brasil (SGB), por meio da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM), realizou o Projeto Avaliação do Potencial Agromineral do Brasil: Eixo Manaus–Boa Vista. Este é mais um produto do Programa “Geologia, Mineração e Transformação Mineral” e da ação “Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil”.
O objetivo é caracterizar e levantar as fontes de minerais e rochas para emprego nas técnicas de remineralização ou condicionamento de solos, com ênfase em materiais disponíveis em pilhas de descartes de mineração, considerando também a possibilidade de uso de finos do processo de britagem.
A pesquisa dos novos insumos pode agregar valor econômico a passivos ambientais da mineração e contribuir para atender à demanda brasileira por insumos agrícolas, dentro de uma perspectiva brasileira de desenvolvimento socioeconômico sustentável.
Assim, essa publicação representa mais uma fonte indispensável de informações para atrair novos investimentos no uso de agrominerais silicáticos e remineralizadores e, assim, fornecer insumos alternativos e de baixo custo para o setor agrícola, o que contribui para impulsionar as economias regional e nacional.
A execução do trabalho teve, como base, as seguintes informações:
1) Levantamento de dados – Estudos de informações a partir de bancos de dados geológicos, geofísicos e geoquímicos, além de trabalhos que envolvam estudos de agrogeologia.
2) Prospectiva – Coleta de dados e informações em campo, a respeito das Unidades Geológicas de Interesse Agromineral (UIA), com enfoque principalmente em empreendimentos de mineração, bem como em materiais de fino de britagem e de descarte relacionados a essa atividade, quando houver.
3) Analítica – Análises litoquímicas, petrográficas, de difração de raios X e microscópio eletrônico de varredura para caracterização dos materiais mais promissores, recomendados para futuros ensaios agronômicos.
De acordo com o documento, o uso de pó de rocha no melhoramento de solos vem se mostrando uma técnica útil e aplicável em diversas escalas e em diferentes empreendimentos rurais. No caso dos estudos realizados pelo SGB, eles demonstram relevante potencial agromineral no eixo da BR-174 – rodovia que liga duas grandes capitais da Região Norte, onde vivem aproximadamente três milhões de pessoas.
Devido às dificuldades logísticas para muitos agricultores, nem sempre é viável a utilização, nessa região, de fertilizantes solúveis importados. Associado a isso, devido às altas temperaturas, elevada pluviosidade e ao contexto geológico de estabilidade do Escudo das Guianas, é altíssima a incidência de solos absolutamente empobrecidos em nutrientes.
Essa conjunção de fatores torna a pesquisa de agrominerais uma ferramenta valiosa e indispensável para o desenvolvimento sustentável, conservação dos solos e melhoria da qualidade de vida dos habitantes, especialmente nesta região do país.
Clique aqui e saiba mais sobre o projeto Avaliação do Potencial Agromineral do Brasil: Eixo Manaus–Boa Vista.
Veja também:
+ Mapa de Potencial Agromineral – Bloco Boa Vista

+ Mapa de Potencial Agromineral – Bloco Manaus

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

O projeto Avaliação do Potencial Agromineral do Brasil: Eixo Manaus–Boa Vista está alinhado a quatro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), que visam promover a proteção ambiental, o progresso social e o crescimento econômico, de forma integrada: energia limpa e acessível; trabalho decente e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; e consumo e produção responsáveis.
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