O estudo, publicado no Journal of the Geological Survey of Brazil, trouxe à tona metodologia inovadora
Uma aventura científica e uma descoberta que leva de volta a um tempo quase inimaginável - o Éon Arqueano, que se estende de 4 a 2,5 bilhões de anos atrás. A Terra, em sua juventude, com menos de um terço de sua história atual exposta na crosta continental. Nesse cenário, pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB), da Universidade de Brasília (UnB) e da Amazonian Geological Agency, partiram para o estado de Goiás em busca de rochas que testemunharam esses tempos primordiais. A missão não era apenas uma busca por rochas antigas. Era uma viagem ao coração da Terra, procurando entender como se formou o planeta, se estabilizou e preservou seus continentes. Os cientistas estavam pesquisando/analisando as rochas arqueanas - relíquias da Terra que guardam segredos sobre o calor interno do planeta e a dinâmica que moldou o mundo atual. De acordo com o pesquisador do SGB Marcus Flavio Nogueira Chiarini, o trabalho tem duas grandes contribuições. A primeira é metodológica. Foi desenvolvida uma metodologia para determinar uma faixa de radiação específica, pelo método de gamaespectometria, que mede indiretamente a concentração de três elementos: potássio, tório e urânio. “Nesse caso, identificamos uma faixa no espectro específica para rochas antigas, porque somente a gamaespectometria não é capaz de afirmar, com certeza absoluta, que a rocha é arqueana”, informou. A segunda é a identificação de um pedaço de rocha arqueana com uma falha geológica muito importante que é o Lineamento Transbrasiliano, falha mais antiga que a separação dos continentes da América do Sul e África. “Isso dá um entendimento da magnitude dessa falha porque achamos pedaços arqueanos alocados nessa falha dando uma ideia da movimentação”, explicou. Além de descobrir essas rochas incrivelmente antigas, a pesquisa ofereceu novas percepções o Lineamento Transbrasiliano, maior falha geológica do Brasil. Esse estudo adicionou uma página importante ao livro da história geológica do Brasil, mas também reforçou o potencial das rochas Arqueanas em pesquisas futuras, especialmente na busca por metais preciosos como ferro e ouro. A equipe embarcou em uma investigação que combinou voos rasantes a 100 metros de altura para medir a radiação gama com análises geocronológicas e químicas detalhadas. O que eles encontraram não apenas validou sua metodologia, mas também abriu novos caminhos para entender a evolução geológica do Brasil e, por extensão, da Terra. Chiarini também comentou que assim como qualquer pesquisa científica tudo tem continuidade, tudo muda. Essa pesquisa tem o potencial de ser aplicada em qualquer região do planeta que tenha dados aerogeofísicos, especificamente o método gamaespectométrico ou radiométrico. “Sugerimos continuar estudando essa falha que é o Lineamento utilizando essa metodologia e identificando lascas de rochas antigas e assim juntamente com outros métodos tentar identificar de onde esses pedaços partiram e foram movimentados por essa falha robusta”. E destacou: “utilizando alguns métodos fomos a campo para uma área que não havia o conhecimento de rochas dessa idade e voltamos com uma rocha antiga utilizada na metodologia. Nós identificamos uma faixa espectral que teria uma maior probabilidade de ser uma rocha arqueana. Isso é uma grande descoberta”. Em resumo, essa jornada pelos tempos antigos, combinando tecnologia de ponta com pesquisa de campo, ampliou o conhecimento sobre as origens da Terra. O artigo, disponível aqui, liderado por Marcus Flavio, teve também a participação de outros pesquisadores do SGB, da Universidade de Brasília (UnB) e da Amazonian Geological Agency (AGA). Journal of the Geological Survey of Brazil
O Journal of the Geological Survey of Brazil, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), foi criado em 2018, como um periódico internacional e multidisciplinar – abrange todas as áreas das Ciências da Terra –, que atinge ampla audiência entre geocientistas. Encontra-se em sua sétima edição, possui acesso aberto e é indexado pelo DOAJ (Directory of Open Access Journals), pelo Google Acadêmico, pela Scilit (Scientific Literature) e possui classificação B4 no Qualis CAPES. O periódico geocientífico recebeu em agosto de 2023 um importante reconhecimento internacional, que reitera o alto nível dos artigos publicados a cada edição, o selo de qualidade do diretório de periódicos de acesso aberto – Directory of Open Access Journals (DOAJ) –, conquista que representa um grande avanço, considerando que somente 10% dos periódicos indexados nesse espaço têm essa certificação. Núcleo de Comunicação Serviço Geológico do Brasil Ministério de Minas e Energia Governo Federal imprensa@sgb.gov.br
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