Ação, fundamental para ampliar o conhecimento geológico a respeito de depósitos minerais formados em crosta oceânica, contou com a participação dos pesquisadores: Carlos Eduardo Ganade (CGA/SGB), Leandro Campos (CGA/SGB), Elias Prado (CGA/SGB),Joana Magalhães (DGM) e Geysson Lages (DGM)
Pesquisadores da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) e do Centro de Geociências Aplicadas (CGA) do Serviço Geológico do Brasil (CGA/SGB) estiveram em Omã, no Oriente Médio, entre os dias 5 e 18 de dezembro, para estudar uma das melhores exposições de ofiolito do mundo, além dos depósitos minerais associados à crosta oceânica. O objetivo do projeto é ampliar a caracterização e a quantificação dos processos magmáticos e hidrotermais relacionados à formação de jazidas de cromita. A cromita, que é um óxido composto principalmente por cromo, ferro e oxigênio, é a principal fonte de cromo, um elemento importante, que é usado em várias indústrias e com importante papel na transição energética. Os ofiolitos são fragmentos de antigas litosferas oceânicas, formados em margens de placas construtivas ou divergentes transformantes. O ofiolito de Omã é mundialmente conhecido por sua excelente exposição de uma estratigrafia ofiolítica quase perfeita, proporcionando um excelente sítio para realizar estudos de campo e se aprofundar nos processos formadores de depósitos minerais, especialmente os de cromita. Na missão, pesquisadores tiveram a oportunidade de desenvolver trabalhos essenciais para compreensão e aplicação dos conceitos e processos geológicos, muitos deles análogos aos do Brasil, como explicou a pesquisadora da DGM Joana Magalhães. "Foram realizadas atividades de campo abrangendo unidades geológicas que registram a evolução da dinâmica global, contemplando desde impressionantes segmentos litosféricos, como o ofiolito de Samail – uma das mais bem preservadas e completas sequências ofiolíticas do mundo -, melanges tectônicas e prismas acrescionários, rochas de alta pressão - como os eclogitos e xistos azuis -, à seções peridotíticas mantélicas, que trazem informações de uma região da terra onde não há acesso de maneira direta".
Para o pesquisador do CGA Carlos Eduardo Ganade, a geologia de Omã é um verdadeiro laboratório natural, onde se pode ver o registro vulcânico do Toniano, passando pelas glaciações da Terra Bola de Neve, rochas da margem passiva do Oceano Tétis repletas de hidrocarbonetos que alimentaram o século XX, a incrível tectônica de empurrão e a estratigrafia da crosta oceânica obductada. “Omã certamente é o melhor lugar para um tectonista visitar e – quando se adicionam os minerais necessários para a transição energética e os serpentinitos que podem fazer parte da solução na captura de carbono e geração de hidrogênio natural – um laboratório natural como nenhum outro. Tudo isso num país com uma cultura incrível e um povo generoso e acolhedor”, ressaltou Carlos. “As informações e dados adquiridos também são importantes para o projeto Identification and Qualification of Hydrothermal Alterations and Magmatic Zonations as Vectors of Chromitite Mineralization in the Samail Ophiolite, Omã, desenvolvido pelo Centro de Geociências Aplicadas (CGA), em parceria com a Oman Chromite, empresa de mineração de cromita público-privada, sediada em Omã”. “Além disso, foi possível aproveitar as ótimas exposições dos afloramentos e coletar diversas amostras para testar nosso novo método de datação de falhas”, acrescentou o pesquisador.
O projeto surgiu a partir da interação dos pesquisadores do CGA, Elias Prado e Leandro Campos, com os geólogos da empresa Oman Chromite. “Após a publicação de meu último trabalho no periódico Economic Geology, fomos convidados pelo gerente de exploração mineral da Oman Chromite, Eduardo Abrahão, para pesquisar, testar e desenvolver um projeto de colaboração científica para a vetorização dos depósitos de cromita, utilizando parte das técnicas de processamento computacional e inteligência artificial desenvolvidas durante meu projeto de doutorado na Universidade de Campinas”, informou Elias Prado. Segundo o pesquisador do CGA, Leandro Campos, o projeto também envolverá pesquisas que envolvem integração de dados, geologia estrutural e as assinaturas minerais e geofísicas dos depósitos de cromita. “Foram coletadas amostras em campo e em testemunhos de sondagem para a caracterização dos processos geológicos envolvidos na formação dos depósitos de cromita, além da tipificação dos halos de alteração através da sua assinatura espectral”. “Uma biblioteca espectral de rochas ultramáficas associadas a cromititos será produzida com os dados adquiridos. Esses dados espectrais, em conjunto com dados geológicos e geofísicos, serão integrados, por meio de técnicas de machine learning, ao levantamento multiespectral de alta resolução espacial, recentemente adquirido pela empresa. Essa integração de dados tem, como objetivo, o modelamento da prospectividade dos depósitos de cromita, auxiliando na identificação de novos alvos exploratórios. Os resultados do projeto poderão ser diretamente aplicados aos projetos do Serviço Geológico”, completou Elias Prado.
Uma parte da atividade de campo foi liderada pelo professor Alan Collins, da Universidade de Adelaide, Austrália, e pela Oman Chromite. Entre algumas características da região, destacam-se: incríveis exposições de rochas que formaram a plataforma continental do paleo-oceano Tétis – um mar que existiu antes da colisão das placas da Índia e da Ásia, e resultou na formação da Cordilheira dos Himalaias, além de afloramentos extremamente didáticos de rochas sedimentares e metamórficas. Esse estudo foi estratégico e de suma importância para o país, já que muitos dos metais relacionados à transição energética, como cromo, cobalto, cobre, chumbo, níquel, entre outros, são encontrados nos depósitos minerais formados em crosta oceânica, como depósitos do tipo VMS, cromita podiforme, sedimentos químicos (Fe, Mn, Zn e Pb) e nódulos e crostas de manganês. Núcleo de Comunicação Serviço Geológico do Brasil Ministério de Minas e Energia Governo Federal imprensa@sgb.gov.br
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