Pesquisa analisa riscos à saúde em municípios das bacias dos rios Paraopeba e Doce em Minas Gerais

21/02/2025 às 14h36
 | Atualizado em: 24/02/2025 às 18h56
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Trabalho utilizou dados de monitoramento geoquímico, com foco na exposição a elementos potencialmente tóxicos, como: arsênio, cádmio, cromo, mercúrio, níquel, chumbo e zinco

Foto: Edésio ferreira/EM/DA Press

Minas Gerais (MG) - O estudo “Case studies of assessment of human health risks after the dam failures of the Córrego do Feijão Mine and Fundão in Brazil” analisou os riscos à saúde humana causados pelos rejeitos de minério de ferro depositados nos solos ripários após os rompimentos das barragens de Fundão, em Mariana (MG), e da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).

A pesquisa utilizou dados de monitoramento geoquímico coletados ao longo de três anos após os desastres, com foco na exposição a elementos-traço potencialmente tóxicos, como arsênio, cádmio, cromo, mercúrio, níquel, chumbo e zinco. O objetivo foi estimar os riscos à saúde decorrentes da ingestão, inalação e contato físico com esses elementos presentes em solos.

Os resultados destacaram que adultos das áreas afetadas apresentaram maior propensão ao desenvolvimento de doenças não carcinogênicas. Entretanto, crianças mostraram-se mais vulneráveis, com maior sensibilidade a efeitos cancerígenos e não cancerígenos, especialmente nas proximidades das barragens e em municípios como Barra Longa, São José do Goiabal, Córrego Novo, Veneza, Periquito, Governador Valadares, Tumiritinga, Conselheiro Pena, Honório Fraga e Linhares (no caso da barragem de Fundão), além de todas as áreas estudadas relacionadas à barragem da Mina Córrego do Feijão.

A conclusão do estudo alerta para os efeitos cumulativos de elementos-traço em áreas mineradoras, destacando a necessidade de supervisão governamental e de práticas de recuperação ambiental que minimizem os impactos, garantindo condições adequadas de saúde para a população local.

Importância

Essa análise de risco é um recurso valioso para futuros estudos do SGB, pois pode ser aplicada em projetos de levantamento geoquímico de sedimentos e solos. Os dados obtidos possibilitam a criação de mapas temáticos, fornecendo uma visão regional e até nacional dos riscos à saúde relacionados a elementos potencialmente tóxicos, facilitando o planejamento de ações preventivas.

Parcerias na pesquisa

O estudo - publicado no International Journal of Mining, Reclamation and Environment - foi resultado de uma colaboração entre o SGB, representado pelo pesquisador Eduardo Duarte Marques, e a Universidade Federal Fluminense (UFF), com  participação da bolsista de pós-doutorado Andressa Buch e do professor Emmanoel Vieira Silva Filho. O trabalho também contou com o envolvimento do professor Douglas B. Sims, do College of Southern Nevada (EUA).

Simone Goulart
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
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