Papel da geologia no desenvolvimento socioeconômico da Amazônia é debatido em Santarém, no Pará

26/10/2023 às 00h00
 | Atualizado em: 01/03/2024
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Encontro teve participação de mais de 40 pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil

Especialistas do SGB no 17º Simpósio de Geologia da Amazônia

O Brasil tem um papel fundamental na conservação da biodiversidade e na utilização sustentável de seus recursos. E a Amazônia é protagonista no cenário mundial, pela dualidade entre a sua importância global e os desafios de se implementar um desenvolvimento econômico que considere a sustentabilidade e a inclusão dos povos Indígenas, Ribeirinhos e Quilombolas.
Baseado neste contexto, entre os dias 23 e 25/10, ocorreu o 17º Simpósio de Geologia da Amazônia, em Santarém (PA), que tratou de uma nova abordagem das geociências para a exploração de recursos naturais - peça-chave para o futuro sustentável da sociedade. O simpósio é referência para o desenvolvimento das Geociências na Amazônia Legal, na Pan Amazônia e no Brasil. A iniciativa contou com a participação de mais de 40 pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Com o tema "Geotecnologias e sustentabilidade: a geologia na Amazônia atual", foram promovidas discussões sobre o papel da geologia no desenvolvimento socioeconômico na Amazônia vinculado à sustentabilidade.
Além disso, o objetivo do evento foi estimular o debate acerca da disponibilidade de recursos, do acesso à tecnologia e das condições locais e políticas públicas que determinarão o ritmo em que a economia sustentável facilitada pelo avanço tecnológico se desenvolverá na região.

Abertura contou com participação do geólogo do SGB e diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Geologia Núcleo Norte, César Chaves

Na abertura (23), o geólogo do SGB e diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Geologia – Núcleo Norte (SBG No), César Chaves comentou que o simpósio é o evento mais importante das geociências da Região Norte do país. Ele acrescentou que o evento foi organizado e conduzido pela equipe de professores da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), liderados pela professora Geize Oliveira, com apoio da SBG Nacional e do Núcleo Norte.
"Nós, do SGB, apresentamos o que existe de mais atual sobre o conhecimento geológico da Região Amazônica, por meio de palestras, mesa redonda e fóruns específicos, cumprindo a missão de gerar e disseminar o conhecimento geocientifico, em uma das regiões mais importante do país", destacou.

Pesquisadora do SGB Lila Queiroz durante apresentação no segundo dia de evento

No segundo dia (24), a pesquisadora do SGB Lila Queiroz falou sobre a plataforma P3M e a avaliação do potencial geoeconômico regional da Província Mineral de Carajás. “É um hub digital do Serviço Geológico do Brasil, onde dados relacionados ao setor mineral e a aspectos geocientíficos, econômicos, regulatórios, socioeconômicos e socioambientais são integrados e disponibilizados para a sociedade de forma gratuita. A P3M foi lançada em 2022 e atualmente está em sua versão beta”, explicou.
Em relação ao potencial geoeconômico regional da Província Mineral de Carajás, a pesquisadora disse que a ideia é apresentar uma estimativa de geração de valor para a região no horizonte de 40 anos (2021-2060), considerando as principais commodities minerais atualmente exploradas e a disponibilidade de dados.

Marcelo Vasquez fala sobre a evolução geológica da Província Mineral do Tapajós

Já o pesquisador do SGB Marcelo Vasquez apresentou, no último dia do simpósio, a evolução geológica da Província Mineral do Tapajós, uma das mais ricas em depósitos de ouro da Amazônia. “Nesses 50 anos de conhecimento geológico da província, realizamos os mapeamentos 1:100.000, a partir de 2010, e a integração da geologia e metalogenia do ouro de toda província pelo projeto ARIM Tapajós, com relatório previsto para ser lançado no final de 2023”, ressaltou Vasquez.
Atualmente, os geocientistas não olham mais para o solo exclusivamente como um local para extrair recursos convencionais, mas também como uma fonte de recursos sustentáveis com menor impacto ambiental possível.
Nesse sentido, foram discutidos os modelos de exploração de bens minerais desenvolvidos na região, bem como seus reflexos no ambiente e sua influência na saúde e bem-estar de populações tradicionais. Dessa forma, é necessária a contínua atuação das Geociências no desenvolvimento do conhecimento da Amazônia, que incluem pesquisas em recursos energéticos e recursos hídricos, geologia ambiental, tectônica e evolução geodinâmica, paleontologia, entre outras.
O encontro, organizado pela Sociedade Brasileira de Geologia Núcleo Norte, em parceria com organizações e universidades, contou com a participação de profissionais e acadêmicos das Geociências, incluindo pesquisadores, professores, estudantes, técnicos de mineração, empresários e gestores públicos. A finalidade foi compartilhar ideias, melhores práticas e lições aprendidas para ajudar a região a enfrentar os desafios associados ao desenvolvimento de uma economia sustentável frente às novas tecnologias.
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil Ministério de Minas e Energia Governo Federal imprensa@sgb.gov.br

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