Paleontólogo do Serviço Geológico do Brasil é referência internacional com trajetória marcada por descobertas científicas
Paleontólogo do Serviço Geológico do Brasil é referência internacional com trajetória marcada por descobertas científicas
Diógenes Campos celebrou, na sexta-feira (12), 82 anos de dedicação à ciência e à paleontologia brasileira
Rio de Janeiro (RJ) – Uma vida inteira dedicada a pesquisas na área de paleontologia, ciência que busca conhecer o passado da Terra por meio do estudo de fósseis. Assim pode ser resumida a trajetória do paleontólogo Diógenes de Almeida Campos, pesquisador do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e curador-chefe do Museu de Ciências da Terra (MCTer/SGB), que celebrou 82 anos na última sexta-feira (12).
Nascido em Irará (BA), em 1943, Campos trilhou um caminho que o transformou em uma das figuras centrais da paleontologia brasileira e referência internacional. Formado em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1967, ingressou no ano seguinte no antigo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) – hoje Agência Nacional de Mineração (ANM), no Rio de Janeiro. O DNPM mais tarde se desmembrou e originou a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), com nome fantasia Serviço Geológico do Brasil (SGB).
No DNPM, Campos esteve sob orientação do paleontólogo Llewellyn Ivor Price – um dos pioneiros da paleontologia no Brasil. Outras personalidades que influenciaram a carreira do pesquisador foram: Plácido Cidade Nuvens, pesquisador e político que contribuiu para a consolidação do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (MPPCN URCA); Alexander Kellner, colaborador frequente, especialmente em parcerias científicas internacionais; Friedrich Wilhelm Sommer e Cândido Simões Ferreira.
Ao longo de mais de cinco décadas no SGB, Campos organizou e expandiu o acervo paleontológico do Museu de Ciências da Terra, consolidando-o como um dos mais importantes da América do Sul. Com mais de 100 artigos publicados, o paleontólogo se tornou reconhecido mundialmente por seus estudos sobre os fósseis da Bacia do Araripe, que revelaram dinossauros, pterossauros, crocodilianos e tartarugas do período Cretáceo.
O trabalho de Diógenes Campos ultrapassou fronteiras. Por 12 anos, ele foi presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia, membro da Academia Brasileira de Ciências desde 1993, pesquisador associado do American Museum of Natural History (Nova York) e membro correspondente do Muséum National d’Histoire Naturelle (Paris).
De personalidade serena e sempre atencioso, Diógenes é lembrado não apenas pela produção científica, mas também pela dedicação em formar novas gerações de pesquisadores e em envolver comunidades locais na preservação do patrimônio paleontológico. A atuação do pesquisador ajuda a fortalecer instituições e a criar vínculos duradouros entre ciência, sociedade e cultura.
Reconhecimento
A dedicação no exercício da profissão tem sido reconhecida. Campos recebeu títulos de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade Regional do Cariri (URCA), além de condecorações nacionais e internacionais, como:
- Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 2000;
- Cidadania Uberabense, em 2004;
- Mérito da Personalidade Mineral pelo DNPM, em 2010
- Praça Dr. Diógenes de Almeida Campos, em Santana do Cariri (CE), inaugurada em 2014
- Menção Honrosa pelo Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), em 2017
- Comendador da Ordem do Mérito Cartográfico, em 2017
- Homenagem pelos 50 anos de atuação no Serviço Geológico do Brasil, em 2019
- Medalha Llewellyn Ivor Price, da Sociedade Brasileira de Paleontologia, por sua contribuição mundial à pesquisa, ensino e divulgação da Paleontologia
- Uma edição especial da Academia Brasileira de Ciências (Festschrift), Papers in Paleontology, foi dedicada a ele em 2021 como reconhecimento de cinco décadas de contribuição científica
Hoje, ao celebrar 82 anos, Diógenes Campos é um símbolo da paleontologia brasileira. O legado conecta passado, presente e futuro, e segue inspirando a todos que o encontram em sua trajetória, a prova de que a ciência é, antes de tudo, uma obra coletiva dedicada ao conhecimento e ao país.
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