Novo sistema para monitoramento do Guaíba e entrega de mapeamentos de áreas de risco fortalecem a resiliência de municípios gaúchos
Novo sistema para monitoramento do Guaíba e entrega de mapeamentos de áreas de risco fortalecem a resiliência de municípios gaúchos
Evento, realizado nesta quinta-feira (25), marcou a conclusão de estudos realizados por meio de crédito extraordinário do governo federal
Porto Alegre (RS) – Novos mapeamentos de áreas de risco e lançamento de plataforma para monitoramento do nível do Guaíba irão fortalecer a resiliência de municípios do Rio Grande do Sul diante de emergências climáticas. Nesta quinta-feira (25), o Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizou cerimônia para oficializar a conclusão de estudos em 95 municípios, realizados por meio de crédito extraordinário do governo federal repassado após as enchentes de 2024. Além disso, foi lançado o novo Sistema de Alerta Hidrológico, que atenderá Porto Alegre.
A ação emergencial mobilizou mais de 40 pesquisadores, em um esforço concentrado ao longo de um ano, com o objetivo de apoiar os municípios na prevenção de desastres e na proteção da população diante da possibilidade de novos eventos climáticos extremos. “Esperamos que os produtos auxiliem os municípios para busca de soluções para minimização da população aos riscos geohidrológicos e a defesa civil na tomada de decisão durante os eventos extremos”, enfatizou a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial, Alice Castilho, durante a abertura do evento.
Para o trabalho, a Casa Civil repassou crédito extraordinário em reconhecimento à urgência de medidas frente aos impactos das enchentes de 2024 – classificadas como um dos maiores desastres naturais já registrados no estado. “Tão importante quanto o mapeamento dos municípios apresentados hoje pelo SGB, é sabermos que esta é uma empresa pública, que é uma das empresas federais atuantes na reconstrução do Rio Grande do Sul”, ressaltou Maneco Hassen, secretário de Apoio à Reconstrução do RS pelo Governo Federal.
Áreas de risco
O SGB identificou nos 95 municípios mais de 1.944 áreas de risco alto e muito alto, onde estão cerca de 154 mil imóveis e vivem aproximadamente 564 mil pessoas. Das cidades mapeadas nesta ação emergencial, Caxias do Sul (RS) é onde foram identificadas mais áreas de risco: 145, no total. Em seguida, Nova Petrópolis, Gramado e Veranópolis, com 68 cada uma; Igrejinha, com 49; Encantado, com 45; Rolante, com 44; Maquiné, com 43; Estrela, Três Coroas e Novo Hamburgo, com 38 áreas de risco cada.
O trabalho para elaboração dos estudos envolveu o mapeamento nos municípios para identificar e descrever as áreas que têm risco alto e muito alto associados aos movimentos de massa (como deslizamentos) e inundações. Durante as atividades, os pesquisadores observaram as características naturais do terreno, bem como os indícios de instabilidade eventualmente presentes em uma determinada região, como árvores inclinadas, trincas no solo e muros embarrigados.
A partir dessas informações, foram elaborados mapas das áreas de risco geológico, relatório técnico e os arquivos vetoriais que contêm os principais atributos das áreas mapeadas. Nos documentos, o SGB recomenda medidas para reduzir ou eliminar os riscos existentes, como implementação de sistemas de monitoramento e alerta de desastres, implementação de sistemas de drenagem fluvial e desenvolvimento de políticas públicas de ordenamento territorial.
Novo sistema para monitoramento do Guaíba
O Rio Grande do Sul passa a contar com mais uma importante ferramenta de monitoramento das cheias. Foi inaugurado, nesta quinta-feira (25), o Sistema de Alerta Hidrológico do Guaíba, ampliando para quatro sistemas em operação no estado do RS. A nova plataforma gera informações em tempo real a partir de 33 estações hidrometeorológicas, responsáveis pelo monitoramento de chuvas e níveis dos rios. Com isso, passa a oferecer previsões antecipadas para 17 municípios, incluindo Porto Alegre e outras cidades já atendidas nas sub-bacias do Caí e do Taquari.
De acordo com o protocolo de operação do SGB, boletins de previsão serão emitidos sempre que os rios atingirem a chamada “cota de alerta” em cada ponto monitorado. Os dados ficam disponíveis publicamente no site do SGB e são enviados diretamente à Defesas Civis e entidades competentes como CEMADEN, CENAD e ANA.
A modelagem hidrológica que permitirá a realização de previsões futuras é fruto de uma parceria entre o SGB e o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS), viabilizada por um Termo de Execução Descentralizada (TED) no valor de R$ 2 milhões, com recursos emergenciais da Casa Civil. O plano de trabalho terá duração de dois anos, com entregas parciais ao longo do período.
A cerimônia contou com a participação de pesquisadores do SGB e de representantes dos municípios contemplados. Na mesa de abertura, participaram também o secretário Adjunto de Recursos Hídricos na Secretaria Especial do Programa de Aceleração do Crescimento, Irani Braga Ramos; a diretora da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Cristiane Batiston; o chefe da Casa Militar e Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil, Luciano Chaves Boeira; e diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB), André Machado.
Larissa Souza
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br