Mais de mil pessoas estão em áreas de risco em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte

30/05/2023 às 00h00
 | Atualizado em: 01/03/2024
Ouvir Notícia
Documento elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostra 274 residências, em nove áreas com alto risco de inundações e enxurradas



O Serviço Geológico do Brasil (SGB), por meio da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT), apresenta a Cartografia de Risco do município de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. De acordo com o mapeamento realizado em janeiro deste ano e entregue em maio, 1.096 pessoas vivem em áreas com alto risco de inundações e enxurradas.
Também foram identificadas 274 residências em áreas de risco nos bairros Coqueiros, Pajuçara, Guajiru, Jardim Lola, Rua Humaitá, Barreiros/Regomoleiros, Comunidade Sítio e Ladeira do Sul. A cartografia aponta que as áreas de risco geológico se devem às características naturais do meio físico e da ocupação inadequada do território.
Os documentos cartográficos visam identificar áreas sujeitas a perdas ou danos por eventos adversos de natureza geológica. Os resultados podem subsidiar o poder público na seleção das áreas prioritárias para ações destinadas à prevenção dos desastres.
As enxurradas no município acontecem por causa da declividade das ruas e direcionamento de grande quantidade de águas pluviais para um único ponto, e ocorrem sempre em locais onde não há estrutura eficiente para drenar a água pluvial. Já os processos de inundações ocorreram em áreas próximas ao Rio Potengi, onde sua planície de inundação é ocupada por famílias de baixo poder aquisitivo, como é o caso da comunidade Coqueiros.
Os principais problemas no município estão relacionados a processos hídricos. Esse fator é resultado da expansão da área urbana da cidade, combinada com a geomorfologia da região. Construções de novas residências estão ocorrendo em áreas baixas e alagadiças, que são de domínio do Rio Potengi e do Riacho do Sangue e, portanto, são locais passíveis de inundação, como indica o levantamento.
Muitas dessas moradias são de baixo padrão construtivo e provavelmente não há orientação técnica adequada para a escolha de locais isentos de riscos geológicos. Dessa forma, futuramente, o problema tende a se agravar, caso o poder público não coloque em prática programas de fiscalização que dificultem o avanço da urbanização em áreas de risco geológico.
Vale destacar que essas situações poderiam ser minimizadas com a implantação de rede de drenagem eficiente para direcionar e amortecer a energia das águas pluviais. É muito importante a realização de ações preventivas, como a implementação de políticas públicas de ordenamento territorial e a instalação de sistemas de monitoramento de alerta de chuvas intensas, além de um planejamento para a expansão urbana do município em áreas livres de risco geológico.
Em todo o estado do Rio Grande do Norte, o SGB identificou 63 áreas de risco em 27 municípios. De acordo com painel sobre risco geológico, mais de 43,7 mil pessoas vivem em setores sujeitos a eventos adversos de natureza geológica, sendo inundação o principal deles.
Outras informações da Cartografia de Risco de São Gonçalo do Amarante podem ser acessadas aqui.
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil Ministério de Minas e Energia Governo Federal imprensa@sgb.gov.br

Outras Notícias

Projeto Ouro Brasil do SGB é destaque em missão técnica na Colômbia

Pesquisadoras do Serviço Geológico do Brasil apresentaram resultados dos trabalhos e fortaleceram cooperação com o Serviço Geológico Colombiano

17/09/2025

Aviso de pauta: SGB e Petrobras lançam primeiras ações para as obras do Centro Científico e Cultural da Urca, no Rio de Janeiro

Evento ocorre nesta sexta-feira (19), às 15h, no Museu de Ciências da Terra

16/09/2025

SGB apresenta estudo que revela o potencial mineral estratégico do Rio Grande do Norte

Documento traz panorama completo da mineração potiguar e aponta oportunidades de investimento e desenvolvimento sustentável

16/09/2025