Fractais revelam padrões na formação de ouro no Brasil e em outros países
Fractais revelam padrões na formação de ouro no Brasil e em outros países
Estudo aponta caminhos para a automação e a inovação, além de impulsionar novas descobertas
Rio de Janeiro (RJ) – O artigo do pesquisador em geociências do Serviço Geológico do Brasil (SGB) Gustavo Negrello Bergami, publicado na Ore Geology Reviews, abordou o uso de técnicas de análise matemática, por meio da teoria dos fractais e multifractais, para obter informações sobre a formação de depósitos de ouro orogênico.
Foram estudadas quatro províncias minerais de classe mundial: no Brasil, na Austrália, no Canadá e na Finlândia. Nesses locais, o estudo investigou como os depósitos minerais de ouro conhecidos se distribuem no espaço e sua relação com as estruturas geológicas obtidas a partir da interpretação de imagens aerogeofísicas. Com isso, foram identificados padrões regulares na distribuição espacial desses depósitos.
Em uma segunda fase do estudo, foi selecionado um depósito no Brasil – a mina de Córrego do Sítio, em Minas Gerais – para uma análise em escala microscópica da distribuição espacial dos minerais que contêm o ouro.
Os resultados dessa análise microscópica indicaram ser possível diferenciar diferentes tipos de minério por intermédio das suas características fractais, o que pode facilitar a automação dessa tarefa com o uso de inteligência artificial.
A pesquisa indica, ao final do trabalho, que foi possível ter um melhor conhecimento sobre os mecanismos de formação dos depósitos de ouro, o que favorece a descoberta de novas ocorrências.
Veja aqui o artigo completo.
A teoria dos fractais é uma área da matemática, que estuda padrões que se repetem em escalas diferentes e que têm uma aparência complexa, mesmo sendo formados por regras simples. Foi desenvolvida e popularizada pelo matemático Benoît Mandelbrot, que mostrou como esses padrões podem ajudar a entender sistemas complicados e caóticos.
Um fractal é como um desenho que, quando ampliado, revela partes menores que se parecem com o todo, e essas partes menores podem ser ampliadas e também mostrar o mesmo padrão. Esse tipo de padrão pode se repetir infinitamente em escalas cada vez menores.
Os fractais ajudam cientistas a modelar fenômenos complexos, como a formação de montanhas, nuvens, sistemas financeiros e até mesmo a estrutura dos vasos sanguíneos.
Simone Goulart
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
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