Experiência de pesquisador brasileiro contribui para desenvolvimento de pesquisas no Catar

23/06/2023 às 00h00
 | Atualizado em: 01/03/2024
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O geomicrobiologista Chris Vasconcelos, do Centro de Geociências Aplicada, do Serviço Geológico do Brasil (CGA/SGB), é referência em estudos sobre dolomita microbiana – mineral presente em importante ecossistema do país do oriente médio
Dolomita encontrada em região costeira do Catar durante a maré-baixa (Foto: SGB)

O conhecimento geocientífico dos pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) contribui para o desenvolvimento de estudos em outros países. No início deste ano, o geomicrobiologista do Centro de Geociências Aplicada (CGA/SGB), Chris Vasconcelos, compartilhou a experiência sobre formação do mineral dolomita, de origem microbiana, durante a Conferência Internacional de Sabkha, no Catar, realizada pela Quatar University (Universidade do Catar) em janeiro. O pesquisador é referência internacional no assunto. A dolomita – um carbonato de cálcio e magnésio – é o principal mineral a compor um reservatório supergigante (Formação Khuff), um dos mais importantes no Catar associado a uma sequência Sabkha. Sabkhas são ecossistemas costeiros, nos quais minerais evaporíticos (formados a partir da evaporação da água do mar) e carbonatos (aragonita e dolomita) se acumulam, como resultado do clima semiárido. No entanto, nesses ambientes sabkhas, a dolomita está influenciada por processos biológicos. “Compreender como esse ecossistema se desenvolve é importante porque questões relacionadas com acumulações de óleo e gás podem ser respondidas através de comparações do recente com análogos do registro geológico”, explica Vasconcelos, que é pioneiro em pesquisas sobre a formação de dolomitas por ação microbiana (fator microbial). É importante ressaltar também a existência de pesquisas que indicam o ecossistema sabkha como análogo terrestre de Marte. Estudos recentes, debatidos na conferência, apontam que o Planeta Vermelho era um sabkha há cerca de 3,5 bilhões de anos. Há evidências que apontam similaridade entre minerais encontrados em Marte e os encontrados nos sabkhas modernos. Pesquisas no Brasil
Durante a Conferência, foi criada uma sessão exclusiva para discutir o futuro da pesquisa sabkha e ambientes similares. O Brasil tem um ambiente com ecossistema semelhante, na Lagoa Vermelha e no Brejo do Espinho, no município de Saquarema, Rio de Janeiro. “É um dos poucos lugares remanescentes no planeta, que resistiram às ações antropogênicas e estão bem preservados”, explica Vasconcelos. Conferência Internacional de Sabkha


O evento reuniu especialistas de vários países para troca de informações. Três sessões foram dedicadas exclusivamente ao tema da dolomita microbiana. O pesquisador do SGB participou da sessão "O Sabkha como Laboratório Natural para Entender a Formação de Reservatórios de Hidrocarbonetos” e apresentou a palestra “Ciclos Acoplados de Sílica e Carbono em Ambiente Hipersalino, com Possíveis Processos Virais para Mineralização”. Além dos debates, os pesquisadores participaram de uma viagem de campo guiada aos principais locais de sabkha no Catar, incluindo o histórico Sabkha de Khor Al-Udeid.
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