Estudo sobre a Elevação do Rio Grande detalha ambiente costeiro do passado

08/01/2025 às 19h24
 | Atualizado em: 09/01/2025 às 13h27
Ouvir Notícia

Entre os resultados, destaca-se a grande quantidade de fósseis de algas vermelhas, organismos que vivem predominantemente em águas rasas

Modelo 3D da Elevação do Rio Grande

Brasília (DF) - A Elevação do Rio Grande (ERG) é tema do artigo publicado na Social Science Research Network. Essa formação submarina tem grandes dimensões e seu topo atualmente se encontra, em média, a 650 metros abaixo do nível do mar, com a porção mais rasa estando a 543 metros de profundidade.

No passado geológico, a ERG – que fica a cerca de 1.300 km e 1.500 km dos litorais do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, respectivamente – já esteve emersa, funcionando como uma ilha vulcânica. O estudo apresenta um modelo de reconstrução paleoambiental de uma antiga plataforma carbonática rasa associada a essa ilha, que existiu entre 30 milhões e 5 milhões de anos atrás, no período Oligoceno-Mioceno/Plioceno.

O principal objetivo do estudo foi reconstruir o ambiente de deposição das rochas que compõem o fundo oceânico da Elevação do Rio Grande, testando a hipótese de que a área já esteve acima do nível do mar em um passado remoto.

O diferencial do trabalho está no fato de ser o primeiro a descrever, em detalhes, o ambiente costeiro raso dessa ilha oceânica atualmente submersa. Essa antiga ilha seria comparável a outras do Atlântico Sul, como Fernando de Noronha e Trindade, porém com dimensões muito maiores, semelhantes às da Islândia, porém em um clima tropical.

Entre os resultados mais importantes, destacam-se a grande quantidade de fósseis de algas vermelhas, organismos que vivem predominantemente em águas rasas, e de corais associados a elas. Outro achado relevante foi a alteração fosfática nas rochas carbonáticas, evidenciando a interação da ilha com correntes oceânicas que existiram no Mioceno.

A importância da pesquisa é sobretudo científica, pois revela uma fase única da evolução da Elevação do Rio Grande. Durante o período em que esteve acima do nível do mar, a deposição de sedimentos carbonáticos interagiu com as extrusões vulcânicas da ilha. Esse cenário fornece uma valiosa "janela" para observar o futuro das ilhas oceânicas do Atlântico Sul, que tendem a afundar em relação ao nível do mar, assim como ocorreu com a ERG.

O artigo foi elaborado por pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), com colaboração dos pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) Eugênio Frazão, Mauro Lisboa, Heliásio Simões e Victor Lopes. Além disso, contou com a participação de especialistas da Petrobras.

Acesse aqui o documento completo.

Simone Goulart
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

 

Outras Notícias

Tremor de terra é registrado em Rondônia e reforça importância do monitoramento sísmico no Brasil

Evento de baixa magnitude foi sentido em municípios da região central do estado e não causou danos

24/06/2025

SGB atualiza situação hidrológica nas bacias dos rios Taquari e Uruguai

24/06/2025

Boletins do SGB indicam melhora nas condições hidrológicas da Bacia do rio Mundaú (AL)

Sistema de Alerta Hidrológico mostra tendência de estabilização nos níveis dos rios em União dos Palmares e Murici

18/06/2025