Estudo do Serviço Geológico do Brasil traz novas informações para apoiar o avanço de pesquisas científicas na Província Borborema Setentrional

18/10/2024 às 19h20
 | Atualizado em: 18/10/2024 às 19h23
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Artigo publicado no Journal of the Geological Survey of Brazil (JGSB) visa analisar unidades litoestratigráficas para entender a evolução crustal da região

Foto: Divulgação SGB

Um novo estudo do Serviço Geológico do Brasil (SGB) revisa as unidades litoestratigráficas da Província Borborema Setentrional, que são as associações de rochas e suas idades, e apresenta novos dados geocronológicos obtidos pelo método de datação geológica de urânio-chumbo (U-Pb) em zircão, de granitoides do Domínio Rio Piranhas-Seridó no estado da Paraíba e de rochas do Complexo Jaguaretama, no estado do Ceará.

No documento publicado no Journal of the Geological Survey of Brazil (JGSB), o pesquisador do SGB Tercyo Pineo pontuou que o objetivo foi analisar e correlacionar essas unidades litoestratigráficas para entender a evolução crustal da região, desde o Éon Arqueano (4.030 a 2.500 milhões de anos) até o Período Ordoviciano (510 a 433 milhões de anos) . 

“Essa pesquisa é relevante para o avanço de estudos científicos básicos e aplicados, bem como para a pesquisa de recursos minerais da porção norte da Província Borborema, no Nordeste do Brasil”, destacou Pineo.

De acordo com o trabalho, a datação geológica utilizando urânio-chumbo (U-Pb) em zircão foi realizada em três amostras do Domínio Rio Piranhas-Seridó, revelando idades de cristalização de 547, 561 e 574 milhões de anos, que são as rochas originais antes de passarem por metamorfismo (alteração da rocha original). 

Do Complexo Jaguaretama, a datação U-Pb de zircões detríticos de uma rocha do tipo xisto migmatítico indica fontes paleoproterozoicas, ou seja, mais antigas que as anteriormente citadas e com idade máxima de deposição de 2.144 milhões de anos. 

Foto: Divulgação SGB

A rocha originária (antes da alteração metamórfica) de um ortognaisse migmatítico tem idade de cristalização de 2.186 milhões de anos, portanto, contemporâneo de outras unidades litoestratigráficas da Província Borborema. Estas são interpretadas como tendo sido desenvolvidas na movimentação crustal ocorrida de idade Rhyaciana (2.300 a 2.050 milhões de anos). Leia o artigo aqui.     

O que são unidades litoestratigráficas?

Unidades litoestratigráficas são camadas ou conjuntos de rochas que geólogos identificam e classificam com base em suas características físicas, como tipo, cor, textura e composição mineral. Essas camadas se formaram em diferentes períodos geológicos e ajudam os cientistas a entender a história geológica de uma região, como os tipos de ambientes que existiam no passado e os processos que moldaram a Terra ao longo do tempo. Elas são como "capítulos" na história da Terra, registrados nas rochas.

Simone Goulart
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 


 

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