Estudo alerta para risco geológico em áreas atingidas pelas chuvas em Cruzeiro do Sul (RS)

06/06/2024 às 17h37
 | Atualizado em: 06/06/2024
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Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou os resultados da avaliação geotécnica realizada no município

Foto:SGB/Divulgação

Porto Alegre (RS) – Em continuidade às ações para apoiar os municípios gaúchos afetados pelas enchentes, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulga os resultados da Avaliação Técnica Pós-Desastres de Cruzeiro do Sul (RS). As análises foram realizadas in loco, no dia 27 de maio, em áreas habitadas que sofreram inundações e movimentos de massa do tipo rastejo – evidenciados pelo surgimento de trincas, rachaduras e degraus de abatimento, ou seja, depressão do solo.

No relatório, o SGB analisa que o evento extremo potencializou os processos geológicos já existentes e alerta que há risco geológico remanescente de movimentos gravitacionais de massa, do tipo rastejo, nas áreas avaliadas. “Esta movimentação lenta do solo (materializada por trincas, rachaduras e degraus de abatimento) acaba provocando sérios danos estruturais nas edificações e vias públicas. O potencial de evolução deste processo lento para um processo abrupto deve ser considerado, após precipitações intensas”, indica o documento.

Para prevenir ou reduzir os impactos de chuvas intensas, o SGB recomenda a atualização do mapeamento de áreas de risco em Cruzeiro do Sul e o monitoramento constante dos indícios de movimentação da encosta no Morro de Cruzeiro e na Rua Padre Afonso Weiler, na Vila Célia. Além disso, sugere atividades de educação sobre percepção de risco geológico e hidrológico para as comunidades afetadas e o fortalecimento da defesa civil municipal.

O pesquisador Douglas Cabral, coordenador-executivo do Departamento de Gestão Territorial, explica que a população deve ficar atenta aos indícios de movimentos de massa: “São vários os sinais que podem indicar uma área de risco, como trincas no solo, trincas em paredes, muros embarrigados, postes e árvores inclinadas. Esses são alguns dos sinais que as pessoas devem observar e, em caso de dúvida, procurarem a defesa civil municipal”.

No relatório, o SGB também sugere às autoridades locais a implantação de sistema de monitoramento de nível do freático, volume de chuva e monitoramento do nível do rio, além da implantação de sistema de marcos topográficos, de forma a verificar a relação entre esses parâmetros e detectar as áreas de maior movimentação.

Participaram do levantamento de campo os pesquisadores do SGB ngela Bellettini e Marlon Hoelzel.


Ações pós-desastre no Rio Grande do Sul

Desde o dia 27 de maio, equipes do SGB iniciaram o atendimento pós-desastre em cidades gaúchas afetadas por enchentes e deslizamentos de terra. Foram atendidas as cidades de Cruzeiro do Sul, Putinga, Arvorezinha, Marques de Souza, Encantado e Roca Sales, no Vale do Taquari, além do município de Lindolfo Collor. Nesta semana, especialistas atuam no município de Doutor Ricardo e nas cidades de São Francisco de Paula, Gramado e Canela, na Serra Gaúcha.

Serão analisadas áreas habitadas, indicadas pelas defesas civis municipais, que sofreram perdas ou danos devido às chuvas intensas. Após o trabalho de campo, as informações serão analisadas e consolidadas em relatórios, que apresentam informações técnicas para embasar ações para prevenção, enfrentamento e resposta a desastres.

Nesses documentos, o SGB também sugere ações de curto prazo, além de medidas estruturantes e não estruturantes para responder ao desastre e evitar (ou atenuar) novas ocorrências.


Novo aplicativo indica áreas de risco com ajuda de cidadãos

O Serviço Geológico do Brasil lançou o aplicativo Prevenção SGB, que permite aos cidadãos obter informações sobre áreas de risco em mais de 1,7 mil municípios mapeados. De forma simplificada, é possível identificar os locais onde existe a probabilidade de ocorrer desastres, como inundações, enxurradas, deslizamentos de terra e quedas de blocos.

Além disso, o app é colaborativo: as pessoas podem cadastrar as ocorrências de eventos geológicos, a partir de fotos, vídeos e uma breve descrição. As informações irão compor uma base de dados nacionais sobre eventos de desastres no Brasil, contribuindo para o fortalecimento das ações de prevenção, enfrentamento e resposta a desastres.


Leia mais notícias do Serviço Geológico do Brasil:

>>Aplicativo indica áreas de risco no Brasil com colaboração de cidadãos

>>Especialistas em pós-desastres começam a atuar em cidades afetadas por enchentes e deslizamentos no Rio Grande do Sul

>>Estudos para prevenção de desastres contemplam 10 municípios em maio

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