Cabas: estudos sobre hidrologia isotópica contribuem para a gestão dos recursos hídricos subterrâneos

Cabas: estudos sobre hidrologia isotópica contribuem para a gestão dos recursos hídricos subterrâneos

14/08/2024 às 20h58
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Pesquisadores apresentaram dados nesta quarta-feira (14), no Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 

Foto: Isadora Kuhn/SGB

São Paulo (SP) – Pesquisas pioneiras do Serviço Geológico do Brasil (SGB), na área de hidrologia isotópica, foram destaque nesta quarta-feira (14), no 23º Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, que ocorre em São Paulo (SP). Os trabalhos técnicos apresentaram o panorama de parte dos estudos hidrogeológicos já realizados no país com o uso dessa técnica, além dos resultados das aplicações em áreas úmidas na Bacia do Tietê, em São Paulo, e no Sistema Aquífero Guarani. 

A hidrologia isotópica, de forma geral, contribui para compreensão do ciclo da água e tem aplicações na gestão de recursos hídricos, além de gerar informações que auxiliam em estudos sobre mudanças climáticas, ecologia, fauna selvagem e rastreabilidade das fontes de alimentos.

Na apresentação do trabalho “Aplicação de Gases Nobres e seus Isótopos na Hidrogeologia”, o pesquisador em geociências Roberto Kirchheim apresentou o panorama das produções acadêmicas no território nacional e destacou o papel de vanguarda do SGB, principalmente nos estudos aplicados ao Sistema Aquífero Guarani (SAG). 

“A utilização de gases nobres nesta pesquisa inaugura novas abordagens para a compreensão da dinâmica de aquíferos regionais no Brasil. Esse primeiro trabalho é de bastante pioneirismo em todo o mundo, pois poucos aquíferos tiveram essa técnica usada para melhorar o conhecimento das dinâmicas das águas”, disse. 

“Com essa técnica, conseguimos fazer a datação e determinar o tempo de residência, ou seja, quanto tempo levou desde que a água, na forma de chuva, recarregou para dentro do aquífero e foi aparecer no poço que estamos analisando”, explica Kirchheim. Os resultados permitem avaliar a quantidade de água que pode ser usada, considerando a recarga dos aquíferos. 

Aplicação da técnica

Na mesma sessão, foram apresentados trabalhos que estão em pleno andamento com o uso da técnica. A pesquisadora em geociências Andrea Franzini falou sobre o tema “Técnicas Isotópicas Aplicadas às Zonas Úmidas dos Afluentes do Rio Tietê, SP-Brasil”, e a pesquisadora Isadora Kuhn abordou a “Caracterização Hidrogeoquímica do Setor Sul do Sistema Aquífero Guarani: Perspectivas sobre Dinâmica de Fluxo e Processos de Mistura”.

“A aplicação dos isótopos para a compreensão da dinâmica hídrica de áreas úmidas é uma iniciativa de inovação, que faz parte de uma rede de pesquisa, entre vários grupos de pesquisa no mundo. Neste caso específico, além de isótopos estáveis, também estão sendo aplicadas técnicas de Radônio e sobrevoos com drones munidos de sensores termais”, explica Franzini.

Isadora Kuhn reforçou a importância do trabalho: “O ineditismo está na quantificação, pois os processos de mistura são amplamente caracterizados e discutidos, mas não houve quantificação dessas proporções na porção sul do aquífero. Além disso, destaca-se por ser um trabalho transfronteiriço, abrangendo o Sul do Brasil e a Argentina, utilizando dados geoquímicos e de isótopos estáveis da molécula de água dos dois países”.

Estudos hidrogeoquímicos na Bacia do Rio Verde Grande

Nesta quarta-feira (14), no 23º Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, o SGB também apresentou o trabalho: Caracterização Hidrogeoquímica do Sistema Cárstico da Bacia do Rio Verde Grande, MG. 

Na ocasião, o pesquisador e residente do Programa de Residência em Ciências da Terra (SGB Residência) Marcelo Sacchi exibiu dados de hidroquímica obtidos no âmbito do projeto: Estudos para Implementação da Gestão Integrada de Águas Superficiais e Subterrâneas na Bacia Hidrográfica do São Francisco: Sub-Bacias dos Rios Verde Grande e Carinhanha. Essa iniciativa é desenvolvida em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). 

“De modo geral, o estudo permitiu identificar as diferenças e similaridades hidroquímicas das águas da bacia, o que serve para auxiliar na interpretação de alguns processos que ocorrem, como mistura de águas, tempo de residência, qualidade das águas e interação rio-aquífero”, detalhou Sacchi. 

O pesquisador destacou que o trabalho revelou informações importantes para a gestão dos recursos hídricos. “Aspectos como a concentração de íons, por exemplo, são relevantes para identificar quais áreas necessitam de maior ou menor atenção dos gestores, pois revelam porções da bacia que são mais ou menos dependentes de águas subterrâneas ou superficiais, assim como quais aquíferos abastecem determinada área e quais processos influenciam na dinâmica hídrica e qualidade das águas de cada área”.

Cabas

O Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas é promovido pela Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS) – entidade civil sem fins lucrativos. No evento, também são realizados a Feira Nacional da Água (FENÁGUA 2024) e o 24º Encontro Nacional de Perfuradores de Poços. A programação completa está disponível aqui.

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