Serviço Geológico do Brasil e Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento Francês realizam trabalho de campo para a fase de calibração e validação do satélite Swot

Durante a atividade também foi realizado um levantamento aerofotogramétrico, com uso de drone, para mapear características do lago de Várzea do Curuai




O Serviço Geológico do Brasil e o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento Francês (IRD) realizaram, em maio, um trabalho de campo no Lago Curuai (PA), próximo de Santarém, e no município de Óbidos, localizado no Rio Amazonas, para a fase de calibração e validação (CalVal) do satélite Swot.

Essa fase de CalVal do Swot significa que todo satélite, em seus primeiros meses após lançado, passa por período de testes, ajustes, calibração dos instrumentos e validação das informações obtidas com informações em campo. Nesse momento, os pesquisadores tentam coletar informações do terreno, que ajudem a validar as informações do satélite.

“Nessa campanha de campo, realizada pelo SGB, coletamos informações do terreno, que serão comparadas com os dados de satélite, a fim de validar e ajudar em possíveis calibrações necessárias dos sensores a bordo do satélite Swot”, explicou o pesquisador Jefferson Melo, do Departamento de Hidrologia (DEHID) do SGB.

Durante 10 dias, eles navegaram em rios e lagos de várzea para coletar dados usando vários instrumentos instalados em dois barcos, incluindo receptor, radar, perfilador de correntes acústico por efeito doppler (ADCP) para medir vazão, ecossonda, batimetria e um dispositivo flutuante especial Calnageo, que é acoplado a um receptor GNSS e coleta informações do nível da superfície da água.

Além disso, também foram recuperados dados de nível de água de estações de medição permanentes e dois sensores de pressão de nível, instalados em 2022.

No trabalho também foi realizado um levantamento aerofotogramétrico, com uso de drone, para mapear características do lago de Várzea do Curuai, pois as informações são importantes para apoiar a validação dos produtos Swot de extensão de águas superficiais e para quantificar o impacto da vegetação nas medições.

Para Daniel Moreira, do DEHID, responsável pelo projeto, esse estudo proporciona várias oportunidades para o SGB: “Primeiro que o satélite Swot é uma missão espacial inovadora para a hidrologia. Os dados e informações que serão obtidos ajudarão em vários projetos de hidrologia e no monitoramento hidrológico de zonas de difícil acesso. E, segundo, a atuação do Serviço Geológico do Brasil, na colaboração para calibração e validação do satélite, fazendo parte da equipe científica da missão, possibilita adquirir um conhecimento científico e tecnológico único, por meio das parcerias com agências espaciais, como a Agência Espacial Francesa (CNES) e a NASA, permitindo a colaboração e melhoria do conhecimento para desenvolvimento de novas ferramentas de monitoramento hidrológico, em escala global”, disse.

A equipe – composta pelos técnicos do SGB Daniel Moreira, Jefferson Melo, Ricardo Duarte, Homero Reis, André Martinelli e Leandro Guedes – também contou com a participação de pesquisadores do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da França, Laboratoire d’Etudes en Géophysique et Océanographie Spatiales (Legos), Géosciences Environnement Toulouse (GET) e com o apoio da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).

A iniciativa é financiada pela CNES, Swot Science Team Project “Swot for South America” e no âmbito do projeto Dinâmica Fluvial, do Serviço Geológico do Brasil (SGB) em parceria com o IRD.

A iniciativa do SGB e do IRD também foi publicada no site internacional AVISO+ do CNES; referência para monitoramento por satélite dos oceanos e de águas continentais. Veja aqui a matéria.

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