Museu de Ciências da Terra recebe visita de estudantes quilombolas e indígenas de Tocantins

Iniciativa comemora a 17ᵃ Primavera dos Museus e conta com a colaboração do Comitê de Pró-Equidade de Gênero, Raça e Diversidade do Serviço Geológico do Brasil




O Museu de Ciências da Terra (MCTer), do Serviço Geológico do Brasil (SGB), recebeu ontem (21/9), estudantes quilombolas e indígenas (Xerente, Karajá e Javaé) da Universidade Federal de Tocantins (UFT), para visitar as exposições e participar de uma roda de conversa, em comemoração à 17ᵃ Primavera dos Museus. A iniciativa contou com a colaboração do Comitê de Pró-Equidade de Gênero, Raça e Diversidade do SGB.

Nesta edição, o tema Memórias e Democracia: Pessoas LGBT+, Indígenas e Quilombolas é a inspiração para as atividades, oferecendo oportunidades para a reflexão sobre a construção da democracia de seus agentes.

Para Denise de Assis, coordenadora de difusão cultural do SGB, essa ação é muito importante porque essas pessoas nunca foram a um museu. “A partir dessa atividade, conseguimos oferecer conhecimento e também contribuir com a inclusão, para a construção de uma vida mais justa e igualitária”.




O curador-chefe do MCTer, Diógenes de Almeida Campos, recebeu os estudantes e apresentou as exposições, seguidas de um bate-papo para falar da importância de ter um museu de ciência natural como um centro que guarda tipos que permitem a identificação da fauna e da flora.

De acordo com o coordenador do Programa de Inclusão de Estudantes Indígenas e Quilombolas, da Universidade Federal de Tocantins, Adriano Castorino, “a ideia é aproximar e promover o diálogo, além de buscar construir repertório para entender o mundo. O Museu de Ciências da Terra tem um repertório que gosto muito e uma apresentação didática boa para a compreensão, sendo uma forma de eles ingressarem no mundo da geologia, da paleontologia e da mineralogia”.

Lucia Xerente, do povo indígena Akwē Xerente, cursa o 7ᵒ período de matemática na UFT. Para ela é tudo novo, porque os lugares que está visitando hoje, antes só via através da mídia e de ouvir falar. “O aprendizado tem sido único. Espero que essas ações aconteçam mais vezes, para a gente aprimorar cada vez mais nosso conhecimento”, ressaltou.

“A viagem está sendo incrível, está contribuindo muito para meu aprendizado como profissional do futuro. Nem em meus melhores sonhos imaginei um dia estar aqui. É uma oportunidade de ouro”, enfatizou Mônica Silva Ribeiro, da comunidade quilombola Mumbuca, no Jalapão, que faz licenciatura em Biologia.

A Primavera dos Museus é uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e ocorre anualmente, durante o início da estação da primavera, envolvendo museus e instituições culturais em todo o Brasil. Essa temporada cultural busca estimular a participação do público nas atividades promovidas pelos museus e criar espaços de reflexão e diálogo sobre temas relevantes da sociedade contemporânea.

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