Serviço Geológico do Brasil aponta que os rios Negro, Solimões e Amazonas têm grande probabilidade de alcançar a cota de inundação severa em 2025

Serviço Geológico do Brasil aponta que os rios Negro, Solimões e Amazonas têm grande probabilidade de alcançar a cota de inundação severa em 2025

30/04/2025 às 16h12
 | Atualizado em: 30/04/2025 às 17h20
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2º Alerta de Cheias do Amazonas traz previsões atualizadas sobre níveis dos rios e clima, apoiando o planejamento de ações para o período

Divulgação/SGB

Manaus (AM) – O 2º Alerta de Cheias do Amazonas, realizado nesta quarta-feira (30) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), indica que os rios Negro, Solimões e Amazonas têm grande probabilidade de alcançar a cota de inundação severa neste ano. É o caso dos rios Solimões, em Manacapuru, e Amazonas, em Itacoatiara. Já em Manaus, o rio Negro tem 42% de probabilidade de atingir a cota de inundação severa, que é de 29 metros.

As previsões, com 45 dias de antecedência em relação ao pico da cheia, contemplam os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas. O objetivo do evento é fornecer previsões atualizadas sobre os níveis dos rios e as condições climáticas, além de apoiar o planejamento de ações da Defesa Civil para o período. O evento ocorreu na Superintendência do SGB em Manaus (SUREG-MA).
Divulgação/SGB

Para André Martinelli, gerente de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB em Manaus, o segundo alerta confirma, em termos de magnitude, as previsões do primeiro, emitido com 75 dias de antecedência, e reforça o cenário de uma grande cheia na região. “A previsão do segundo alerta reforça a perspectiva de uma grande cheia. Apesar da baixa probabilidade de os níveis atingirem recordes históricos, há tendência de que fiquem próximos ou até superem a cota de referência para inundação severa”, explica.

“Neste momento, os dados apontam para uma cheia aproximadamente entre 1,00 e 1,20 metro abaixo da registrada em 2021 nas cidades de Manaus e Manacapuru, e entre 60 e 80 centímetros abaixo daquela cheia histórica em outros pontos, como Itacoatiara e Parintins. Esse comportamento está relacionado, inclusive, à cheia recente do rio Madeira, que este ano teve um atraso de cerca de 15 dias em relação ao pico habitual, que costuma ocorrer no início de abril — e, desta vez, foi registrado por volta da metade do mês”, ressaltou Alice Castilho, diretora de Hidrologia e Gestão Territorial.

Divulgação/SGB

Castilho também informou que o SGB já está atuando de forma integrada com a Defesa Civil, os órgãos de previsão climática e meteorológica, e outras instituições, como aquelas que atuam no acesso ao saneamento em comunidades vulneráveis. “Estamos participando de um grupo coordenado pela Casa Civil, que já está voltado para os preparativos do período seco na Amazônia.”

Para Manaus, é possível que o rio Negro atinja aproximadamente 28,91 metros, com um intervalo provável entre 28,38 e 29,45 metros (com 80% de intervalo de confiança). Considerando o modelo utilizado, a cota de inundação em Manaus (27,50 m) já foi superada. A cota de inundação severa (29 m) tem 42% de probabilidade de ser atingida, e a chance de alcançar a cota máxima registrada em 2021 (30,02 m) é inferior a 1%.

Divulgação/SGB

Em Manacapuru, está previsto que o rio Solimões alcance cerca de 19,63 metros, com um intervalo provável entre 19,10 e 20,16 metros (considerando 80% de intervalo de confiança). De acordo com o modelo utilizado, a probabilidade de o rio atingir a cota de inundação severa em Manacapuru (19,60 m) é de 53%.

O SGB trabalha em parceria com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), responsáveis pelas previsões climáticas. Paralelamente, as defesas civis estadual e municipais formulam estratégias preventivas.

Probabilidades da cota de inundação severa no rio Amazonas

Divulgação/SGB

Para Itacoatiara, a previsão inicial indica que o rio Amazonas deve alcançar cerca de 14,57 metros, com variação provável entre 14,24 e 14,89 metros (intervalo de confiança de 80%). Segundo o modelo utilizado, a chance de o rio alcançar a cota de inundação (14,00 m) é de 99%. Já a probabilidade de alcançar a cota de inundação severa (14,20 m) é de 94%, e de apenas 1% para superar a cota máxima registrada em 2021 (15,20 m).

Em Parintins, a previsão é que o rio Amazonas apresente um valor aproximado de 8,64 metros, com intervalo provável entre 8,34 e 8,94 metros. De acordo com o modelo utilizado, a probabilidade de o rio atingir a cota de inundação em Parintins (8,43 m) é de 83%, e de apenas 1% para superar a cota de inundação severa (9,30 m).

Sistemas de Alerta Hidrológico

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) é atualmente responsável por 17 Sistemas de Alerta Hidrológico (SAHs), disponível no Sistema de Alerta de Eventos Críticos (SACE), atuantes em diversas bacias do país, nas regiões mais fortemente afetadas por processos de inundação, beneficiando mais de 7 milhões de habitantes. O objetivo dos SAHs é monitorar e prever os níveis dos rios, gerando e disseminando informações hidrológicas para subsidiar a tomada de decisões por parte dos diversos órgãos que atuam no gerenciamento dos impactos de eventos hidrológicos extremos.

Simone Goulart
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
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