Quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Com apresenta��o de trabalhos cient�ficos, Servi�o Geol�gico do Brasil contribui para fortalecer debates no Simp�sio Brasileiro de Recursos H�dricos

Evento organizado pela Associa��o Brasileira de Recursos H�dricos, com apoio institucional do SGB, ocorreu entre os dias 19 e 24 de novembro, em Aracaju (SE)

Pesquisadores e t�cnicos do Servi�o Geol�gico do Brasil (SGB) deram contribui��es importantes, que fortaleceram os debates durante o 25� Simp�sio Brasileiro de Recursos H�dricos. Promovido pela Associa��o Brasileira de Recursos H�dricos (ABRHIDRO), com apoio institucional do SGB, o evento ocorreu entre os dias 19 e 24 de novembro, em Aracaju (SE).

Ao longo das atividades, 45 profissionais da Diretoria de Hidrologia e Gest�o Territorial (DHT) compartilharam conhecimento por meio da apresenta��o de trabalhos cient�ficos, participa��o em debates e cinco mesas-redondas, al�m da divulga��o dos produtos no estande do SGB, onde tamb�m ocorreram apresenta��es e reuni�es com parceiros.

O Simp�sio trouxe, para debate, temas t�cnicos relacionados aos recursos h�dricos e tamb�m proporcionou reflex�es sobre o trabalho de pesquisadoras, contribuindo assim para constru��o de ambientes inclusivos e com igualdade de g�nero. Uma das mesas-redondas realizadas na quarta-feira (22) abordou o tema �M�es na Engenharia das �guas�. A pesquisadora do SGB Luna Gripp Alves moderou os debates e ressaltou a import�ncia do assunto: �Para viabilizar o crescimento das mulheres, ao longo de suas carreiras, � estritamente necess�ria a cria��o de ambientes profissionais, assim como que os eventos cient�ficos sejam acolhedores e inclusivos�.

Alves tamb�m apresentou, na quinta-feira (23), o trabalho �Efeito Tesoura�, sobre a redu��o da propor��o de mulheres ao longo da carreira cient�fica e profissional, em dire��o aos cargos de lideran�a. �Este assunto � de extrema import�ncia, pois j� � clara a necessidade de se ter lideran�as que representem a diversidade do nosso pa�s, no sentido de termos a constru��o de uma ci�ncia mais justa e representativa�.

Saiba mais:
● Mapeamento hidrogeol�gico e outros estudos que impactam o dia a dia das pessoas s�o destaques do maior evento de recursos h�dricos do pa�s
● Mudan�as clim�ticas e impactos da a��o humana est�o entre os temas apresentados no Simp�sio Brasileiro de Recursos H�dricos
● Pesquisadores do Servi�o Geol�gico do Brasil participam de debates sobre �guas subterr�neas e processo hidrol�gicos
�guas subterr�neas e superficiais

No 4� dia do Simp�sio, na quarta-feira (22), foram apresentados trabalhos essenciais para a gest�o dos recursos h�dricos subterr�neos. Entre eles, o �Modelo Num�rico de Fluxo Subterr�neo da Ilha de S�o Lu�s (MA)�, pela pesquisadora Viviane Cristina Vieira da Cunha. De acordo com ela, o objetivo � �sintetizar as informa��es conceituais, melhorar a compreens�o sobre o sistema hidrogeol�gico da Ilha de S�o Lu�s e simular cen�rios futuros de interesse para o estudo�.

O trabalho �Pluviometria M�dia na Bacia Hidrogr�fica do Riacho dos Porcos, a Qual Alimenta o Sistema Aqu�fero Miss�o Velha � Rio da Batateira e o Aqu�fero Maurit�, foi apresentado pelo pesquisador Raimundo Glauber Lima Cunha. �Tendo em vista que a precipita��o � uma das vari�veis que norteia o ciclo hidrol�gico terrestre, � fundamental que esse tema seja abordado e, assim, mostre sua import�ncia como contribuinte das �guas subterr�neas�.

A pesquisadora Margarida Regueira da Costa apresentou p�ster com o tema: �Implanta��o de Cisternas na Regi�o Semi�rida do Estado de Pernambuco � An�lise da Viabilidade T�cnica�. �Este trabalho levanta a import�ncia do uso de tecnologias para levar �gua �s popula��es dispersas, em �reas onde h� pouca ou nenhuma �gua. Essas tecnologias devem ser dimensionadas por estudos que otimizem os recursos h�dricos dispon�veis no local, levando-se em conta custos e facilidades para futura opera��o e manuten��o�, explicou a pesquisadora.

Em palestra oral, a pesquisadora Camila Dalla Porta Mattiuzi apresentou: �Balan�o H�drico na Regi�o do Sistema Aqu�fero Urucuia: 20 Anos de Dados e An�lise de Tend�ncias�. O Aqu�fero Urucuia � um dos mais importantes mananciais de �gua subterr�nea do pa�s e fica localizado no estado da Bahia. Segundo o estudo apresentado, h� �tend�ncia de redu��o em todas as componentes do balan�o h�drico analisadas�. Mattiuzi alerta que, diante da relev�ncia do aqu�fero, � essencial �estudar as vari�veis hidrol�gicas e entender o comportamento desse sistema�.

J� o pesquisador Bernardo Luiz de Oliveira apresentou, na quinta-feira (23), o trabalho: Avalia��o de Recomenda��es para Testes de Fundo M�vel em Medi��es de Vaz�o Realizadas com ADCP. Esse estudo apresenta avalia��o dos crit�rios adotados pela Rede Hidrometeorol�gica Nacional (RHN) nesses testes. �No Brasil, as primeiras medi��es com m�todos ac�sticos iniciaram-se nos anos de 1990, mas foram amplamente adotadas na �ltima d�cada, principalmente na opera��o da RHN. Grande parte dos estudos para a utiliza��o deste tipo de equipamento foram desenvolvidos em aplica��es fora do Brasil, assim h� uma car�ncia na valida��o e no desenvolvimento de protocolos de utiliza��o voltados � nossa realidade�.

O pesquisador Roberto Kirchheim participou de mesa-redonda sobre "T�cnicas Isot�picas Aplicadas � Hidrologia".

Modelos hidrol�gicos para gerar previs�es

A import�ncia de modelos hidrol�gicos para gerar previs�es em bacias hidrogr�ficas foi tema de trabalhos apresentados pelo pesquisador Caluan Capozzoli, na quarta-feira (22). No p�ster �Aplica��o do Modelo Hidrol�gico SWAT para Previs�o de Vaz�o por Conjunto�, Capozzoli abordou o uso de previs�es de chuva, de curto prazo, para antecipar dados de vaz�o na bacia do Rio Para�ba do Sul. �O uso de previs�es de tempo, para alimentar modelos hidrol�gicos e gerar previs�es de vaz�o, permite antecipar o impacto de extremos (secas e cheias) na bacia hidrogr�fica�.

Dentro dessa tem�tica, o pesquisador apresentou palestra oral, em que abordou: Avalia��o das Previs�es Probabil�sticas de Chuva Processadas com os M�todos Bayesian Model Averaging e Ensemble Model Output Statistical para a Bacia do Rio Para�ba do Sul�. Nesse trabalho, mostrou como previs�es de chuva de curto prazo podem ser corrigidas com base nas observa��es de chuva em superf�cie. �Uma maneira de contornar as limita��es dos modelos meteorol�gicos � utilizar t�cnicas estat�sticas de processamento que permitam incorporar a informa��o de chuva local do passado na previs�o de chuva futura. Esse tipo de t�cnica ainda � pouco explorada no Brasil�.

Impactos na Bacia Carbon�fera de Santa Catarina

Esse assunto foi abordado em palestra oral apresentada pelo pesquisador Albert Teixeira Cardoso, na quarta-feira (22), Com o tema "Hidroqu�mica da Bacia Carbon�fera de Santa Catarina: Impactos da Acidifica��o da �gua nos Rios da Regi�o", o trabalho gerou informa��es sobre os efeitos adversos da Drenagem �cida de Mina (DAM) nas �guas superficiais ( como rios e riachos) na regi�o sul do estado. �A pesquisa enfatiza o impacto da minera��o de carv�o na qualidade da �gua, destacando altas concentra��es de acidez, sulfato e metais pesados, como ferro, mangan�s e alum�nio, al�m de altera��es nos par�metros f�sico-qu�micos das �guas da regi�o�, explicou Cardoso.

Segundo ele, levar o tema para Simp�sio foi importante para real�ar os desafios ambientais relacionados � minera��o, especialmente em rela��o � gest�o sustent�vel dos recursos h�dricos. O pesquisador refor�a que: �Os resultados do estudo s�o cruciais para compreender a extens�o da contamina��o e para orientar a��es de remedia��o e conserva��o dos ecossistemas aqu�ticos. A discuss�o tamb�m contribui para a conscientiza��o sobre a import�ncia da qualidade da �gua para a sa�de humana e para a biodiversidade�.

Sistemas de Alerta Hidrol�gico

Os Sistemas de Alerta Hidrol�gico operados pelo Servi�o Geol�gico do Brasil tiveram destaque no evento. Na quarta-feira (22), o pesquisador Fernando Silva Rego apresentou a opera��o realizada no ano de 2022/2023, entre novembro e mar�o, na Bacia do Rio S�o Francisco. Desde 2021, o SGB opera o Sistema Hidrol�gico dessa bacia (SAH Francisco). �Com intuito de beneficiar 18 munic�pios e uma popula��o de aproximadamente 530 mil pessoas, foram emitidos 80 boletins de monitoramento e alerta contendo o n�vel do Rio S�o Francisco, bem como previs�es da eleva��o do n�vel do rio, os quais s�o instrumentos para a preven��o/mitiga��o dos efeitos causados por eventos de cheias nessas localidades�.

Na quinta-feira (23), o pesquisador Emanuel Duarte Silva falou sobre a �Avalia��o Econ�mica da Opera��o do Sistema de Alerta Hidrol�gico da Bacia do Rio Uruguai, entre os Anos de 2018 e 2022: Balan�o de Preju�zos Potencialmente Evitados para o Munic�pio de Alegrete (RS)�.

Para o estudo, ele fez um comparativo entre os preju�zos econ�micos decorrentes de cheias entre os anos de 2018 e 2022, que potencialmente poderiam ter sido evitados pela opera��o do sistema e o investimento necess�rio para sua implementa��o e manuten��o, no mesmo per�odo. �Em 2022 essa rela��o se encontrava em aproximadamente 32 reais. Ou seja, para cada R$ 1 investido no Sistema houve o retorno de R$ 32 em benef�cio � sociedade�.

A partir de dados gerados pelos Sistemas de Alerta Hidrol�gico (SAH), e dispon�veis na plataforma do Sistema de Alerta de Eventos Cr�ticos (SACE), o pesquisador Francisco Fernando Noronha Marcuzzo apresentou tr�s p�steres:
● Tempo de Retorno de Cotas de Grandes Cheias e do Sistema de Alerta Hidrol�gico em S�o Sebasti�o do Ca� (RS).
● A Grande Cheia de 2020 em Mu�um (RS) e o Tempo de Retorno das suas Cotas de Aten��o, Alerta e Inunda��o no SACE.
● Tempo de Retorno das Vaz�es de Grandes Cheias e de Aten��o, Alerta e Inunda��o do SACE em Uruguaiana (RS).

Nos artigos, apresentou an�lises sobre cotas e vaz�es nos rios. �O monitoramento de um Sistema de Alerta Hidrol�gico (SAH) provoca a necessidade de que as cotas de import�ncia em rios sejam associadas a Tempos de Retorno (TR), seja dessas cotas propriamente ditas ou de suas vaz�es associadas. Os estudos dos tr�s artigos visam suprir a informa��o do tempo de recorr�ncia de cotas e vaz�es importantes de alguns munic�pios que sofrem com cheias constantes do Rio Grande do Sul, de S�o Sebasti�o do Ca�, Uruguaiana e Mu�um, sendo que este �ltimo recentemente sofreu com a maior cheia de sua hist�ria, em setembro de 2023�.

Desastres naturais

A chefe do departamento de Hidrologia, engenheira Andrea Germano, coordenou a Sess�o t�cnica sobre Desastres Naturais, na ter�a (21). Na ocasi�o, foram apresentados trabalhos e promovido um debate sobre o assunto ao final. Foram abordados temas como:

� A Multi-hazard Perspective on the S�o Sebasti�o (SP) Event in February 2023: What Made it a Disaster? (Uma perspectiva multirriscos sobre o evento de S�o Sebasti�o (SP) em fevereiro de 2023: o que o tornou um desastre?);
� Apontamentos acerca da Susceptibilidade a Deslizamentos no Brasil no Contexto da Expans�o Populacional e das Mudan�as Clim�ticas;
� Desenvolvimento de um Sistema de Alerta de Deslizamentos de Terra em Escala Municipal: Monitoramento, Gatilhos e Previs�o Meteorol�gica;
� Threats of Urban Flash Floods on Human Stability for the Next Century (Amea�as de Inunda��es Repentinas Urbanas � Estabilidade Humana no Pr�ximo S�culo);
� As Inunda��es Ocorridas No Munic�pio De Jucuru�u (BA) no Ano de 2019: Uma Reflex�o Sob a �tica dos Estudos Hidrol�gicos;
� Avalia��o da Ocorr�ncia de Zonas de Converg�ncia do Atl�ntico Sul (ZCAS) durante Eventos de Inunda��o em Santo Ant�nio de P�dua (RJ)

Confira aqui todas as fotos do evento.

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