Parceria entre os serviços geológicos brasileiro e britânico viabiliza estudos no Vale do Lítio, em Jequitinhonha (MG)

Quinta-feira, 14 de março de 2024

Parceria entre os serviços geológicos brasileiro e britânico viabiliza estudos no Vale do Lítio, em Jequitinhonha (MG)

Encontro realizado entre os dias 11 e 12 de março teve como propósito inicial realizar uma oficina para identificação de oportunidades de planos de trabalho


Representantes do SGB e GBS durante oficina em Belo Horizonte

Com a assinatura do memorando de entendimento entre o Serviço Geológico do Brasil (SGB) e o British Geological Survey (BGS), durante o PDAC no Canadá, o SGB recebeu, nos dias 11 e 12 de março, uma delegação do BGS na Superintendência Regional de Belo Horizonte. O encontro teve como propósito inicial realizar uma oficina para identificação de oportunidades de planos de trabalho.

Nesse primeiro momento, o plano será dedicado aos estudos para ocorrências de lítio e grafita na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Um estudo colaborativo será conduzido por ambas as instituições geológicas. O SGB se comprometeu a compartilhar dados e contribuir na criação de um modelo geológico 3D, que servirá como base para compreensão dos sistemas minerais existentes e para um futuro modelo hidrogeológico.

Guilherme informa que a abordagem inicial consiste na definição dos escopos do projeto

Guilherme Ferreira, chefe da Divisão de Geologia Econômica do SGB, informou que a abordagem inicial consiste na definição dos escopos do projeto. “Vamos estabelecer os objetivos, a área de atuação e o esboço geral. Esse planejamento inicial será desenvolvido detalhadamente em etapas subsequentes, especificando objetivos claros, objetos geológicos de interesse e estratégias de ação”, explicou.

Durante a atividade de campo, o foco será nas investigações relacionadas ao lítio e à grafita, que estão alinhadas com os objetivos da parceria. Os profissionais do British Geological Survey (BGS) estarão em campo no Vale do Jequitinhonha a partir desta quinta-feira (14). Eles se juntarão à equipe do SGB, criando uma sinergia entre as partes. Além disso, essa colaboração prevê suporte mútuo na orientação de pesquisadores.

“Esse esforço conjunto também contempla o apoio entre nossos pesquisadores e os do BGS, enriquecendo ambos os lados com experiências e dados valiosos. A colaboração já está em curso, com a equipe do BGS integrando-se às nossas expedições de campo e contribuindo para o desenvolvimento de relatórios conjuntos, fortalecendo assim a parceria e ampliando nosso alcance e capacidade de pesquisa”, destacou Guilherme.

O chefe de geologia do BGS, Jonathan Ford, participou das atividades e avaliou que há amplo espaço para colaboração entre as instituições: “Eu penso que há uma enorme oportunidade de avançarmos em alguns temas-chaves que discutimos, com impactos sérios e significativos, como desenvolver uma compreensão aprimorada dos sistemas de depósitos minerais para pegmatitos de lítio e entender as interações entre águas subterrâneas e atividades de mineração, bem como uma série de outros assuntos: modelagem 3D, por exemplo, terras raras e grafita”, disse Ford. O britânico também destacou a importância da atuação conjunta para contribuir com a governança social e ambiental.

Rafael Duarte, chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais (Assuni), esclareceu que a atividade em questão marcou o início da colaboração entre os dois serviços geológicos, destacando-a como um dos primeiros projetos identificados por nossos pesquisadores para ser desenvolvido em parceria com o GBS. “A Assuni incentiva a promoção de contatos para facilitar a realização de projetos semelhantes em outras áreas de atuação do SGB, seguindo a metodologia tradicional de trabalho em cooperação internacional”, informou.

Ele ressaltou que cada projeto específico de pesquisa e desenvolvimento que for empreendido conjuntamente, também estruturado com base em um plano de trabalho detalhado, apoiado pelo acordo de cooperação existente. “Esse procedimento visa amparar institucionalmente a promoção eo avanço científico e tecnológico, beneficiando tanto o pessoal do SGB quanto nossa infraestrutura e capacidades. É através dessa abordagem que buscamos evoluir continuamente”.


Diretora Alice Castilho durante oficina SGB e GBS

Os diálogos também contemplaram projetos desenvolvidos pela Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT). De acordo com a diretora Alice Castilho, foi apresentado um resumo das atividades da diretoria e discutido quanto a áreas de interesse mútuo numa parceria ampla, que incluem hidrogeologia, riscos geológicos e prevenção de desastres. Ficou acordado que será organizada uma nova reunião para detalhar essas temáticas com a equipe do BGS.

Adicionalmente, a DHT entregou ao BGS os resultados do Projeto Águas do Norte de Minas (PANM), uma iniciativa tomada em parceria com o governo estadual de Minas Gerais. O projeto visa apoiar a gestão integrada dos recursos hídricos na região norte do estado e culminou na aprovação de uma deliberação normativa que regula a outorga de direitos de uso da água na área. Lembrando que a área de Lítio do Vale do Jequitinhonha é contemplada por este trabalho.

Também participou do encontro Rafael Duarte, da Assessoria de Assuntos Internacionais (Assuni), além dos pesquisadores da DGM Francisco Vilela, Vinícius Paes, Débora Matos (remotamente), Lucy Takehara e Izaac Cabral Neto; as supervisoras da Gerência de Geologia e Recursos Minerais de BH Joanna Araújo e Joana Magalhães; e a chefe da Divisão de Minerais Estratégicos, Ioná Cunha (remotamente). Pelo lado da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT), estiveram presentes o assessor Márcio Cândido, os coordenadores-executivos Júlio Lana e Artur Matos; e o pesquisador Clyvihk Camacho.

Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br





  • Imprimir