1ª Reunião da Sala de Crise da Estiagem do Rio Madeira para 2022 considerou crítica a vazante para o mês de julho

Terça-feira, 19 de julho de 2022

1ª Reunião da Sala de Crise da Estiagem do Rio Madeira para 2022 considerou crítica a vazante para o mês de julho

Afluente marca vazante crítica para este período do ano e preocupa hidrólogos



Com o intuito de debater questões sobre a vazante severa do rio Madeira, aconteceu, no último sábado (16), a ‘1ª Reunião da Sala de Crise da Estiagem do Rio Madeira para 2022’. O engenheiro hidrólogo do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), Marcus Suassuna, participou do debate, apresentando tendências e fatores que podem corroborar com o prognóstico - considerado crítico para o período.

Segundo Suassuna, o panorama da estiagem foi provocado por meses consecutivos de chuva abaixo da média. “As últimas semanas, com chuvas reduzidas, intensificaram a vazante e não existem elementos que indiquem mudança de tendência de recessão no curto prazo”, constatou o engenheiro hidrólogo.

A cota atual do rio Madeira em Porto Velho (RO) é de, aproximadamente, 3,40 m - valor considerado muito baixo para a época. O último Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Madeira , do SGB-CPRM, apontou que a zona de normalidade do afluente, em julho, é de aproximadamente 5,5 m

Níveis observados em 2022 e comparação com níveis históricos - estação Porto Velho

Sendo o Madeira uma das principais hidrovias do norte brasileiro, o cenário é alarmante. O curso d’água atua como importante eixo logístico da região. A fim de impedir que a diminuição do nível do rio interrompa navegações, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) coordenou um processo de dragagem do afluente, que aconteceu entre maio e junho deste ano. Apesar disso, alguns pontos do afluente estão com navegação restrita.

Marcus afirmou que é possível que nesta estiagem o rio chegue próximo da mínima histórica de 2020, que marcou a cota de 1,46 m. Para um panorama futuro mais otimista, o especialista alegou que seria necessário a ocorrência de chuvas esparsas com elevação do nível dos rios da região, além do início precoce da estação chuvosa. Ele explicou, ainda, que o atraso do começo da estação chuvosa - principal causa da mínima de 2020 - pode ser um fator agravante para a seca.

“O objetivo da reunião é dar a melhor informação disponível para as pessoas se prevenirem da seca do rio Madeira”, alegou o coordenador da Sala de Crise, Joaquim Guedes, que também é engenheiro e superintendente de Operação e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Segundo ele, durante o período de vazante 2022, os debates da Sala de Crise da Estiagem do Rio Madeira devem acontecer a cada três semanas. O próximo encontro está previsto para o dia 10 de agosto, às 15h - horário de Brasília, com transmissão ao vivo no canal do YouTube da ANA .

Amanda Rosa
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
Ministério de Minas e Energia
imprensa@cprm.gov.br


  • Imprimir